domingo, 8 de junho de 2008

Loucura permitida

Houve um tempo em que a loucura era permitida.
Euclides da Cunha era um cara feio (assim eu creio). Era início do século passado e esse personagem famoso da história brasileira se casa com uma mulher linda, que fora obrigada a aceitar a união arranjada. Típico.
O problema é que, rebelde, ela se apaixonou por um homem lindo e educado. Mas, em casa enfrentava o marido rude e feio (coitado do Euclides). O casal tem um filho, que é mandado para longe – educação (na época) era para quem podia educar – não que isso seja diferente hoje.
A fim de se livrar do casamento infeliz, foge com o homem da sua vida (que - também - me foge o nome agora). Vivendo em uma nova casa e tentando não se intimidar pelo olhares alheios e avessos, ela tenta começar outra história.
Até que num belo dia, Euclides (o feioso) invade a casa, e armado saca 4 tiros no amante. Mesmo ferido, o moço alcança uma pistola e mata o marido traído com um único tiro. Vivo (pasmem) e por legítima defesa, o amante é absolvido.
Anos mais tarde, o filho de Euclides sai em busca de justiça e ataca o ex-amante e atual marido da sua mãe. Acerta nele um único tiro e o highlander dessa história se defende e o mata.
Loucura? Sim, mas verdadeira. O homem sobreviveu a 5 tiros e matou o pai e o filho. Com isso, a família de Euclides da Cunha acabou e ele (o amante) pôde fazer a sua própria.
Uma década interessante essa dos anos 20... em que toda a loucura era permitida e não castigada.

História contada pelo homem que sabe tudo (sempre): meu pai.

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