quinta-feira, 10 de junho de 2010

Hasta la vista

Acelerar processos e tomar coragem é também correr riscos, certo? Lidar com o erro ou acerto da escolha é uma coisa que apenas aqueles que tomam decisões conseguem. Somente os fortes erram. Os fracos não tentam.
Acreditando (piamente) nisso embarco hoje para uma aventura em terras estranhas. Outra língua e um novo personagem para mim mesma – a representação de outra parte de mim (bem menos falante, muito mais ouvinte e melhor observadora de fatos).
Medos? Muitos. Vontade de passar por isso? Toda. Então... o jeito é enfrentar e seguir viagem.
A mala está pronta. Estão dentro dela minha família e meus amigos – todos bem juntinhos, empilhados e organizados. Ninguém atrapalha ninguém porque as vibrações são positivas - todos em meu favor. Não há nada contra.
Para garantir levo a parte tecnológica: computador, ipod, máquina fotográfica e um moleskine em branco (não é tecnológico, mas é muito necessário). Assim, estudo, registro e penso com a melhor trilha sonora: a minha.
A análise criativa (ou não) faz parte da viagem. A análise moral já se encontra implícita no meu discurso. A intelectual vai (ainda) passar por um crivo minucioso, e a divertida promete sorrir.
Amanhã tenho horas de fuso, coração disparado, palavras inesperadas, visão diferenciada e a esperança de duas semanas de incrível intensidade.
Por enquanto, me despeço. Mas prometo que volto!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Crescer

Os anos passam e de repente a gente vê que cresceu. Aquele acontecimento recente, depois de umas contas, se mostra ter mais de 15, 20 anos. Mesmo assim, os detalhes estão todos ali – como ontem.
Crescemos sem nenhum (ou todo) mérito. Tivemos uma educação diferenciada (ou não), uma vida cheia de acontecimentos (com certeza). Por não ser um epitáfio (claro, estamos aqui vivinhos) sabe-se que muito ainda está por vir e que tudo isso (de agora) vai ter mais de 30 anos qualquer dia desses.
Acontece que ninguém conta como isso ocorre exatamente. Todos sabemos que tomaremos decisões (muitas erradas), que chegaremos a algum lugar (do mundo ou do poço), que conheceremos muitas pessoas (lindas e péssimas), que haverá uma paixão aqui, um amor ali, uma dúvida acolá. Mas, ironicamente, só sabemos disso depois de passar por tudo isso. Nunca antes.
Aliás, antes, a gente fica meio bobo. Aquela fase adolescente em que nada dá errado e as pessoas são amadas ou odiadas com a mesma intensidade. Uma bobagem. Aí, com um pouco de maturidade e muitos tombos a gente vê que nada é (exatamente) 8 ou 80. No meio disso tem um monte de coisas justificáveis e explicáveis.
Crescidos, não só as contas chegam como te executam. Avisam que se não cuidar bem delas você vai encontrar um lugar na lista negra da cobrança. Adultos têm problemas no trabalho, com clientes, fornecedores, parceiros, sócios. Temos problemas com o amor, uma paixão desenfreada (e sem sentido), a pessoa platônica, o beijo inesquecível, o olhar avassalador. Sabemos muito e não sabemos nada (ou quase nada).
Porém, crescendo, a gente aprende mais coisa. Cai e levanta com maior facilidade, percebendo que tem flexibilidade – o famoso jogo de cintura. Além disso, conhecemos melhor (bem melhor) o valor das conquistas e das pessoas. Tudo passa a ter outro sabor. É mais especial e, por isso, muito melhor. E é aí que a gente vê como vale a pena. Afinal, crescer nos mostra vivos. Cheios de erros (claro), pensamentos confusos (como sempre), mas também com muito mais coragem para enfrentar e muitos mais amigos para abraçar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A vida como ela é

Nem sempre sabemos o que fazer com a vida - se é que devemos saber tal coisa. Acontece que, as vezes, ela nos dá rasteiras. Faz com que tenhamos dúvidas demais. Nos faz pensar, analisar, mudar, crer.
Acreditar que coisas boas podem acontecer é sensacional, desde que você corra atrás delas. Sei, sei, já escrevi tanto sobre isso aqui, que até eu me canso um pouco. Mas, a verdade é que encarar uma mudança não é nada simples.
Pensar no que fazer quando ninguém te garante se vai dar certo é complicado. Sempre sonhei com o dia em que um ser divino me diria se estou no caminho certo ou no errado. Ele (o divino) até pode existir, mas, com certeza, tem mais o que fazer. Nunca ousou aparecer.
Se ninguém vai te dar sinais da verdade absoluta, o melhor é mesmo criar coragem e seguir para onde sua cabeça (e seu coração) definir como melhor caminho. Encarar a vida como ela é (sem nenhum sentimento rodriguiano, por favor).
Sempre ouvi que “fazer o bem e não olhar a quem” pode te trazer felicidade. Não é verdade. Tem um monte de gente ruim por aí se dando bem. Mas, provavelmente, esses não são os exemplos da melhor família, do melhor amigo, da saúde invejável ou de qualquer outra coisa que valha (realmente) a pena.
A gente está aqui por algum motivo, mas, ironicamente, ninguém nos contou qual. Na dúvida, é melhor enfrentar as tais rasteiras com humor. Crer que a vida pode ser muito melhor quando aceitamos que nada sabemos dela e que, por isso mesmo, devemos ser corajosos, aceitando e mudando a cada necessidade.
Pode ser mesmo que dê certo. Pode ser que não. A única certeza é de que vamos aprender alguma coisa com isso – mesmo que seja para tentar de novo (dessa vez sem erro). Somos capazes disso. Basta não desistir.