Quantas coisas jogamos fora. Quanta coisa. Com o tempo, a gente joga fora. Já percebeu? A nossa cabeça acaba fazendo isso com uma facilidade irritante.
Guardamos (claro), alguns objetos que nos levam para lembranças emocionantes. Isso quando temos sorte. Em geral, fica mesmo esquecido. Pena.
O dinheiro que gastamos com bobagens, amizades nunca mais vistas, aquela tarde em Salvador vendo o mar bater no Farol, o frio do ano passado, o primeiro beijo... tudo fora. É claro que com um pequeno (ou grande) esforço as lembranças vêm, mas nem sempre as sensações acompanham.
Mas imagine se não jogássemos fora? Nossos armários seriam lotados sentimentos, pessoas, versos, cartas e fotos. Tudo lá amontoado. Uma coisa em cima da outra. Um verdadeiro caos.
Com o perdão do exagero, mas creio que seria quase a mesma coisa que propôs Saramago quando impediu a morte de matar. Gente demais, sentimentos demais.
Precisamos jogar fora. Por mais que doa, por mais sofrido que seja. Alguma hora as coisas vão para o lixo (seja reciclado ou não). Mas não tudo! O importante é selecionar o que vai para nossa prateleira e o que merece o lixo. Se não houver seleção, nossos armários ficarão cheios demais ou de menos... e, me desculpe a franqueza, mas sem um bom armário nossas vidas (e personalidade) são também vazias.
Um comentário:
Oi!!
Acho saudável nossa capacidade de limparmos armários.Significa que estamos vivos,ávidos por mudanças.Não sabemos o que é,por onde começar mas, queremos estar inteiros.Tomamos coragem,seguimos nosso impulso.Depois vamos nos descobrir talvez mais renovados, leves, tristes ou arrependidos,não importa,sempre aprenderemos alguma coisa.Vai com certeza valer a pena!
Amo vc! Bjs.amariamendess@gmail.com
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