terça-feira, 3 de junho de 2008

Entrega

Quando o amor vale a pena. Quando não há nenhuma dúvida... simplesmente porque vale a pena.
A entrega total de alguém apaixonado faz com que a gente se questione: como é que pode? Alguém apaixonado se joga sem olhar para baixo; chora sem parâmetro e ama acima de todas as coisas. Pessoas apaixonadas têm atitudes impensadas... mas, também, por que haveriam de pensar?
Confesso que quando isso acontece aos 18, 20 anos não me surpreende, mas depois dos 30 (ou quase), me fazem questionar. De repente uma pessoa larga tudo e vai viver e ter filhos no Japão! Outro se joga numa relação com alguém que está em Barcelona. A aventura de morar com o “amor da vida” poucos meses depois que se conheceram. Dizem que isso tudo é amor.
No amor não tem questionamento, porque não há respostas claras. Quando se pergunta demais, o risco de se manter em dúvida é muito grande. De repente, para o amor, vale o “sorriso burro e paranóico”, descrito na queda de Lobão.
O problema é que nem todos estão dispostos a tal queda livre. As vezes é bom saber como se chega no chão. Quem já caiu demais olha as cicatrizes antes de se jogar.
Mas... como sentir o vento batendo, o sol queimando e o riso frouxo sem se arriscar a pular? Esse pode ser o preço da (não) entrega.

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