quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Viver sem pensar

A vida é cíclica. Nenhuma novidade nisso. A gente nasce, cresce, envelhece, morre. Outros nascem, crescem, envelhecem e também morrem. Sucessivamente. É muito simples, mas a gente esquece. Até o dia que alguém nos joga na cara.
Ontem foi um dia assim. Amanheci com uma notícia de morte. E aquela sensação da perda se arrastou comigo pelo dia. No final da tarde veio o nascendo da Luiza (minha afilhada querida e linda).
Enquanto a via pelo vidro do berçário, chorando sem parar, isso não saía da minha cabeça. Aquela criaturinha tão pequena, super saudável ainda vai passar por poucas e boas. Mimos, risadas, presentes, carinhos, estudos, namorados, casamento (ou não), filhos (ou não) e envelhecimento, assim como todos nós. E, também assim como todos nós, ela não pensará no fim. Nunca. Até que ele chegue.
Quando temos esse tipo de choque no mesmo dia vemos como a vida é curta (e não importa quanto tempo vivemos) e como não sabemos nada dela. Têm muitas vantagens nisso: aproveitar mais, sentir mais e sofrer muito menos. Se tudo vai acabar um dia (de qualquer jeito), porque ligar para pequenos problemas? No fim seremos pó e milhares de crianças continuarão chorando ao nascer e sorrindo ao engatinhar.
Viver sem pensar ainda é o melhor caminho a seguir em qualquer altura da vida. Nosso desafio é tentar!

Nenhum comentário: