terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Simples desejos

Por que em todos os finais de ano a gente começa a pensar em coisas para desejar no ano seguinte? Uma bobagem – principalmente quando o saldo do ano atual (em relação aos desejos do ano passado) é negativo. Ainda assim... desejamos. Quase um vício, creio.
Desejo coisas desde que me conheço por gente (e já pensava). Pulo ondas, peço aos santos, escrevo cartas a mim mesma, faço listas... muitas! Bobagem. Não, não tem nada de amargura nisso. Acontece que a maioria dos pedidos não depende só da gente. Depende também de outro.
Um chefe para reconhecer e dar aumento, um namorado que te ame, um empresário que acredite em você, alguém que te peça em casamento, a safada da máquina da mega sena que nunca tira os números certos... Sempre tem outras pessoas (ou coisas) envolvidas. E é isso que temos de mudar.
Cheguei a conclusão que minhas ondas terão pedidos genéricos e universais (algo como um pedido de Miss – com a paz mundial). Não farei listas, cartas ou qualquer coisa assim. Vou desejar apenas o que está ao meu alcance. Logo ali, a mão.
Brincadeiras a parte é bem complicado desejar pouca coisa. Somos, por natureza (e biologia) megalômanos. Pensamos muito mais além do que podemos (ou deveríamos). Projetamos coisas que estão fora do nosso alcance. Culpo filmes e livros de positivismo e auto-ajuda.
Claro que desejar e sonhar faz parte da gente. Mas sonho nem sempre vira realidade. Querer nem sempre é poder – infelizmente. E a gente se recusa a acreditar nisso. Não, não estou sendo amarga (repito), mas realista (e apenas).
Veja bem: sou a favor do sonho, do pensamento nas alturas, de desejos profundos e difíceis (como a loteria, ou o jogo do bicho – já tava bom). Mas esses a gente deve jogar ao acaso, sabe? A gente deseja, acredita e quem sabe um dia o universo, os anjos ou um ser humano bondoso diga “amém”. Temos de acreditar neles, o que não devemos é sentir a frustração de final de ano, quando lemos a tal lista (mesmo que mental).
Para minimizar erros e frustrações, ofereço a saída: faça desejos simples. Pense em todas as coisas que você sempre quis fazer e nunca fez por preguiça, má organização, falta de coragem... Encare seus medos e faça de 2010 o ano das grandes realizações PESSOAIS. Um curso, uma viagem (ou mais), uma mudança radical de trabalho, uma nova forma de encarar o chefe, a vida... Qualquer coisa vale, desde que comece por você. Só por você.

Um comentário:

NAC: disse...

Ju, as mudanças mais significativas são mesmos as mais simples e só dependem de nós.
Beijocas