quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O melhor anticoncepcional do mundo

Ser mãe. Martírio, descoberta, felicidade ou sacrifício? Não sou, definitivamente, a pessoa mais correta em responder isso. Mas, como observadora, posso comentar. Por isso, creio que é tudo isso misturado. Um verdadeiro balaio de emoções.
O choro da madrugada, o leite materno, o tipo de brinquedo, a música para dormir, o desenho preferido, a roupinha descolada, as primeiras palavras, a primeira gripe, os passos cambaleantes, as risadas, o corte de cabelo, a comida preferida, a mal criação...
Estou cercada por mães (de todos os lados). As vezes acho que estamos numa verdadeira nuvem de mães (como aquela dos gafanhotos). Tenho a impressão que cheguei numa fase em que os casamentos (cada vez mais raros) não são tão importantes como os bebês (é mundo moderno). A maioria das minhas amigas (ou conhecidas) tem filhos e não casaram. Foram privadas das baixelas de prata (existe algo mais brega?) e eu acabei ganhando (quase) um clã de “sobrinhos” (o pior é que gosto mesmo deles. Terrível)
Mesmo aquelas que celebraram o encontro com sua cara metade, já tiveram, estão produzindo ou projetando algum mini protótipo de si mesmas. Quando não, decidem por uma gravidez coletiva (todas juntas, ao mesmo tempo e agora). Acontece, creia.
Tudo isso para dizer que sou mãe por osmose. Quando me vejo, palpito na papinha certa, no excesso de mimo, na educação, na escolha da escola... (é mais forte do que eu). Não tem jeito.
Para dar maior credibilidade ao meu comentário, jogo meu trunfo absoluto: anos de pesquisa e pauta para um programa de TV voltado à vida infanto-juvenil. Logo, elas me vêem como uma PHD no assunto. Quando percebo estou respondendo perguntas, fazendo análise e sugerindo novas atitudes.
Como ainda faltam outras amigas (e, até, eu mesma – quem sabe um dia?), sei que meu destino ainda não está cumprido. Qualquer dia desses darei palestras sobre temas variados – sempre com relação àquelas pessoinhas pequenas e adoráveis (assim como serpentes-bebês). E ainda acham que eu preciso de anticoncepcional. Para quê? Estou rodeada de pílulas - todos os dias e o dia todo.

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