sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Terra Santa

Quem sou eu para discutir os “ismos”. Imagine! Falar da faixa de Gaza e da doença religiosa por uma terra santa. Loucura? Para nós (pobres mortais do terceiro mundo) sim, para eles não (e de jeito nenhum).
O amor pela terra, somado ao ódio pelos adversários falam muito alto. Gritam, na verdade. Eles se matam e se morrem pela religião.
Nossa realidade (repito: no terceiro mundo Brasil), isso tudo é loucura. Sim, vivemos em uma guerra civil não declarada (não dá para negar).
Temos medo de abrir a janela do carro e ser assaltados por alguém que não tem condições de ter um veículo. Salve o consumismo da democracia! Tráfico de drogas, violência, furtos, assassinatos... temos tudo isso. Mas não discutimos religião. Isso não.
Saramago fala que a religião é o mal do mundo. Faz bastante sentido. Mas nosso país tem mais problema com a educação, do que com discussões religiosas - mesmo quando algum evangélico maluco chuta uma santa. A gente xinga, acha um absurdo e, em seguida, faz piada (somos o país da piada pronta, diria José Simão – com toda razão).
Temos uma terra santa chamada Salvador. Terra mágica onde o candomblé varre a escada da igreja católica. Um lugar que distribui espiritismo, catolicismo, evangelismo, messianismo e todos os “ismos” que couberem nessa Bahia de todos os Santos – inclusive, São Sebastião (diria o poeta).
Cada qual com sua crença, os brasileiros querem mesmo é comemorar o carnaval, passar o réveillon de branco, pular 7 ondas (para alguns muitos), abraçar os amigos e beber juntos (mesmo que seja água). Na religião a gente se respeita (em geral, claro).
No Brasil tem judeu que casa com árabe. Japonês que casa com negro e freqüenta centro espírita. Claro que o preconceito existe também aqui, mas nosso maior problema é social.
No geral, a gente vive bem. E quando o carnaval chega... Putz! a gente fica ótimo! Isso sim é terra santa! O resto é Gaza!

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