sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tempos de Hard

Depois de tanta tristeza, vem o frio como uma forma de... castigo? Aí, a gripe te ataca (sem nenhum porco envolvido). Tudo junto e de uma só vez.
Antes de você decidir gritar como Hard (em ‘ó vida, ó céus’), começa a pensar em possibilidades menos cruéis de sair por aí reclamando do clima, da vida, do momento, da grana, do trabalho... e de se perguntar onde estão guardadas as gillettes.
Em um pensamento prático e bem idiota, imaginei um serviço de aluguel de pessoas. Veja a simplicidade da coisa: você precisa de alguém para te ouvir, para te abraçar, para dormir, para chorar ou para rir. Faz um telefonema e pronto. Direto para sua casa.
Não, não há nada de promiscuidade nisso. O sexo não está em questão e sim o calor humano. Nem estou falando (só) de carência, mas de companhia mesmo. O frio deixa tudo um pouco mais triste. As pessoas se vestem melhor, é verdade. Mas elas também estão frias, com um ar de mal amadas, mal vividas, mal exploradas, mal comportadas.
Alguém para te levar um chá na cama; ficar debaixo do cobertor assistindo um filme; uma sopa quentinha; um chocolate bem quente e cremoso; conhaque; vinho; lareira... e depois, um adeus sincero. Sem culpa ou ressentimento. Só o pagamento, claro.
Sim, eu sei. Pouco romantismo e muita lamentação. Mas funcionaria apenas pela praticidade e duraria somente dois ou três meses, servindo para muitas coisas.
Importante lembrar que o aluguel desse “calor humano” independe do sexo da pessoa indicada (mulher ou homem), ou mesmo opção sexual do acompanhante, assim como a idade é um dos últimos itens desse contrato de aluguel. O que importa mesmo é a relação intelectual.
Até poderia ser um amigo, mas ele não teria nenhuma obrigação de te deixar feliz ou te dizer que tudo dará certo. Por isso, o aluguel valeria a pena. Alguém a parte da sua vida. Não te deve nada porque vai receber, e se beneficia porque estará em boa companhia (afinal, você é mesmo o máximo).
Uma carência mútua num tempo frio. Acho justo. Honesto até. Só não vale amar, pois pode ser mais trabalhoso e é muito menos prático.

Um comentário:

Unknown disse...

Ju, super aprovo o serviço!