domingo, 10 de janeiro de 2010

Mulher

Sou aquela que escreve
Sem ego ou poesia
Aquela que sente
E por isso precisa da caligrafia

Sou a imbecil que chora
Mesmo quando reconhece o anúncio
De uma notícia antiga
Declarada em um novo rádio

Sou a mesma que acredita
Aquela que crê em sinais
Que pula as ondas de um manto azul
Que vê na chama de uma vela o recomeço

Sou a filha que ama
Que não deixa de ser criança
A amiga, a irmã na mesa do bar
Aquela que não deixa de estar

Só sei viver com amor
Seja ele de dor
De riso ou frescor
Desde que venha inteiro e sem mágoa

Sou cética
E crente
Brava
E dedicada

Sou tantas e uma só
Sou tudo e nada
Sou eu e são todas
Mulheres sem mente e apenas um coração.

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