sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A gente vai levando

Todo mundo que já passou dos 30 sabe que nada acontece assim... de repente. Tudo que é (ou ficará) sólido demora a acontecer. Aí você cai, aí levanta, aí chora, descobre que consegue sorrir depois da queda, cai de novo, levanta mais confiante, depois tropeça e vê que ficou mais esperto... e vai levando – como diria, lindamente, Chico Buarque.
Na vida o que não é eterno não estava pronto para ocorrer. Pense nas amizades que você conserva. Aqueles que você ama nunca vão deixar de serem amados – mesmo que seja de alguma outra forma.
A gente escolhe a vida que queremos levar (levo realmente fé na frase do poeta Ferreira Gullar) e complemento que a gente também escolhe quem queremos que caminhe ao nosso lado.
Sabemos quem são os certos e quem são os errados. Tentamos salvar alguns que não querem ser salvos, até entender que esse é o livre-arbítrio de cada um. Mas ninguém passa impune na nossa vida. Todos representam algo e ficam conectados por um cabo imaginário e de uma força inacreditável.
Os amores passam, magoam, deixam cicatrizes... mas serão sempre lembrados como velhos amores (querendo bem ou mal). Os amigos são escolhidos como a melhor representação de nós mesmos. Essa identificação é eterna e fica (mesmo naqueles que mal vemos, por circunstâncias da vida). A gente escolhe e alguém nos escolhe. Isso não muda. E é isso que faz a gente se eternizar na memória de cada um que conhecemos.
Em algum lugar deve estar o tal outro alguém que nos completa. Aquele que une tudo, que encaixa, que não é por acaso. Mas, mesmo ele, não nos exclui daqueles que já estão conosco, seja na mesa da cozinha de casa, no bar, no trabalho, no telefone, no email... esses são nossos para a toda a vida e, só por isso, já nos completam fazendo com que sejamos aquilo que já somos (e tendo o maior orgulho disso).

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