quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tá chegando?

A sensação das férias é a mesma vivida pela criança que está viajando com o pai e pergunta sem parar: Tá chegando? E nunca chega (ou demora muito, claro).
Estou nesse momento “pré”. De repente todos os trabalhos, que estavam praticamente resolvidos, começaram a dar problema. Todos os orçamentos mais bacanas estão pipocando para serem captados.
Isso (é claro) é uma conspiração que suspira (e até grita) contra os meus “dias raros” (como diria meu amigo Carrascoza) – aliás, cada vez mais raros.
A gente vai ficando mais velho e vai perdendo os vínculos. Somos obrigados a largar da barra da saia da mãe e da calça do pai, depois passamos a pagar nossas próprias contas (correndo sempre o risco da demissão) e ainda perdemos (um pouco depois) o vínculo empregatício. É fato. Conheço pouquíssimas pessoas que têm (na minha área) carteira assinada, fundo de garantia, etc.
Sendo assim dias de folga são mesmo raros. Afinal, parar de trabalhar equivale (também) a parar de receber. Como se apenas os seres humanos “de verdade” merecessem tais dias. Chegamos ao cúmulo de imaginar que as pessoas devem mesmo continuar trabalhando, para não perder o ritmo, nem perder o mercado (?) – como se esse segundo fosse perceber que você ficou 20 dias sem ganhar um tostão.
Esse é o mundo capitalista. Nele, o dinheiro pode e cobra tudo. O problema está em ganhar esse dinheiro... Hummm, aí o bicho pega. Tem que ralar, ralar... para só então: não ficar rico! Sim, eu escrevi certo: NÃO ficar rico mesmo – já viu alguém que trabalha muito ficar? Eu nunca.
Bobagens e reclamações a parte, sairei de férias. Se Deus, a TV e os clientes ajudarem, no fim da semana que vem. Mas hoje, tenho a sensação de que 2009 virá antes dos meus dias raros. Muito antes (talvez chegue amanhã)! E... com muito mais trabalho.

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