terça-feira, 11 de novembro de 2008

Maria sem peixeira

Somos todos destruidores por natureza. Destruímos, poluímos e, em alguns casos, incendiamos. Depois gritamos que o mundo precisa de ajuda. Quão incoerente isso é?
Antes de falar de uma situação extrema, falarei do básico: Sacos plásticos, consumo excessivo de água, lixo reciclável. De verdade ninguém mais aguenta divulgar a sustentabilidade. TODAS as empresas querem provar o quando sua produção não agride, não polui, não ameaça ninguém. Em geral, blá blá blá. Sim, até porque nós, consumidores, somos os primeiros a pecar.
Quem nunca tomou um banho longo que atire a primeira pedra! Quem nunca jogou no lixo comum produtos que poderiam ser reciclados? Somos assim. E esse é o problema.
Porém, nada é tão horrível quanto saber que tem gente por aí que provoca incêndio, mata bichos e destrói reservas florestais como a Chapada Diamantina. Como é que pode?
Eu já fico indignada com quem solta balão em festa de São João (é lindo, mas perigoso demais). Mas, no caso da Chapada, o que será que essas pessoas pensaram? Imagina: “Hoje eu acordei com uma vontade tremenda de destruir, ver o fogo tomar o lugar do verde e matar muitos bichos”. Será mesmo que existem pessoas assim?
Um biólogo falou que a destruição foi avassaladora, e acabou com cerca de 50% da reserva, além de aniquilar muitos ninhos (é época de reprodução). Tudo isso terá deixado o incendiário feliz? Pela manhã, vendo o que fez, ele terá pensado: “Deu certo!”? Não é possível. Talvez (e se for humano) tenha pensado: “Que merda que eu fiz?” De qualquer maneira é culpado e não tem volta.
Bom, eu não ajudo o Green Peace; não ajudo a SOS Mata Atlântica ou nenhuma outra ONG séria que está atrás de matadores de baleias ou jacarés. Mas, num dia como hoje, eu gostaria de ser justiceira (tcha, tcha, tcha – diriam os Mutantes). Me vestiria de Maria Bonita e sairia pela mata (nada de serrado) atrás de imbecis acéfalos (caso tivessem a cabeça, cortaria. Afinal, de nada servem).
Mas... não sou. Infelizmente nada farei a não ser continuar reciclando meu lixo e tentando tomar banhos curtos.
Dizem que “essa é uma terra de ninguém”. Talvez seja mesmo... Um dia ainda veremos a placa de “ALUGA-SE” e, o pior, não vamos nos chocar.

2 comentários:

Unknown disse...

Continue sendo como o passarinho, que pega água no bico deste lado do rio, voa até a outra margem e assopra aquelas gotinhas, tentando apagar o, enorme, fogo na floresta do lado de la. Não vai conseguir, mas, faz a sua parte.
E considerar que me incomodei, matando uma barata ontem em casa!

Ju Rodrigues disse...

Trabalho duro esse do passarinho né?
Imagine! Uma barata perto desse todo? Nada!