quinta-feira, 8 de julho de 2010

Lindas, Loucas e Necessárias

As mulheres acham (e, as vezes, têm até certeza) que sabem tudo, podem consertar o mundo e mudar qualquer homem. Acreditamos piamente que nada está completamente perdido e, se está, pode ser resolvido com muito blá blá blá. Apesar de tanto positivismo, somos as rainhas da dramatização. Adoramos um melodrama, mesmo sabendo que nem sempre o final é feliz.
Eu, como exemplo prático, questiono, penso, pondero e, por fim, deliro – assim como a poesia de Gullar. Tudo fica grande. Atinge proporções impensadas, insensatas e completamente infundadas.
Não, nem sempre é preciso um momento mensal para isso. Pode acontecer qualquer dia, qualquer época, qualquer estação do ano. É o fim. Em geral, elas (nós) ainda reclamam, falam... Cruel para qualquer ouvido.
É... e para voltar à realidade não é nada fácil. Mas se você a ignora, ela bate na sua cara e lembra que é preciso descer para a terra. Alguém grita: Pise não chão agora! E você decide tentar (pelo menos por alguns minutos).
Aí, quando tudo está se perdendo no limbo profundo e escuro da nossa cabeça, nos encontramos com pessoas quase esquecidas, trocamos mensagens com o passado e ponderamos que, se nada foi tão terrível assim, por que sofremos tanto? Drama. Puro drama.
As mulheres têm mais potencial para esse tipo de sentimento. Não conheço muitos homens dramáticos. Mulheres estão constantemente entre a loucura e a insanidade. Tentamos desesperadamente achar um equilíbrio chamado normalidade, mas quase nunca alcançamos tal proeza. Freud morreu sem entender, mas nunca ousou dizer que nem mesmo nós nos entendemos – o que confirma ser uma bobagem outra pessoa tentar.
Houve uma época que me irritava ser mal interpretada, intensa... louca. Hoje, não. Se ninguém é mesmo normal (muito menos de perto, já disse Caetano), por que eu seria diferente? Não sou. Sou até bem mais prática e racional que a maioria, mas só. Todo o resto é confuso, misturado e dramático como todas as outras. Paciência.
Sugiro (insanamente) que nossa apresentação seja mais ou menos assim: Sim, louca. Sim, linda (claro). Sim, necessária. Sim, mulher. Muito prazer.

Um comentário:

Ópio disse...

Eu sou assim, e vivo isso agora! Penso, todo exagero é infantil, por mais que eu custe a aceitar. Desço e dou um "rasante'; percebo rapidamente que limpamos e logo estamos nova, por isso tanta entrega. Eu já ouvi como escreveu, que loucura Ju, ler seu belo texto agora: você é linda e louca. Mas quando exgaero na emoção, na pertubação. Depois passa, e volta o equilíbrio ... somos profundas e intensas e usamos isso contra ou a nosso favor -rs. Te amo. Verô