segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mulher de fases

Me dou o direito de ser instável. Sou mulher e isso já basta como explicação. Mudanças hormonais, as vezes. Noutras, pura loucura. De repente, um filme, uma canção e mais uma contradição.
Se ontem estava ótima, hoje o humor é mais ou menos, terminou o dia mal e amanhã tudo será mais intenso. Tanto faz o dia do mês, do ano. Complicado. Mulher de fases.
Numa mea culpa posso dizer que (talvez) por isso meus relacionamentos não deram certo. Faz sentido, até. Eu cobro, peço, reclamo, depois amo, agrado, abraço, beijo. Será que somos todas assim? Loucas e necessárias (para nós mesmas, quem sabe?).
Confesso que turbulências acontecem. Não sei se por defeito de fabricação ou por lapso de atenção. Nessa hora me lembro da instabilidade aérea e reconheço a sensação. Difícil.
Uma conversa na saída do aeroporto, um olhar diferente num restaurante qualquer, um sorriso na sua direção, uma cobrança indevida, um beijo roubado, seu nome em uma lista negra, contas a pagar, casa pra arrumar, um homem bonito pra olhar, lembranças que devíamos ter esquecido, mágoas sem sentido, palavras (não) ditas... tudo muda nosso humor.
Somos profissionais da neura. Um telefonema nunca feito ou a música certa na hora errada podem simplesmente estragar um dia incrível. Temos a tendência de potencializar o problema e não relaxar. Nunca. Em alguma pesquisa por aí deve haver a estatística que comprova a insatisfação crônica feminina. Apesar de que, pra mim, a palavra do Woody Allen já basta.
Gostaria de ser diferente. Mas faz parte da essência, creio. Ao mesmo tempo temos algo que eles não têm: o poder de reconhecer erros, pedir desculpas e deixar orgulhos imbecis de lado. Mais do que eles, sabemos que a vida segue e que isso não muda. Porque o resto... muda (e como!).

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