quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Indo e vindo

Arrumando mala, criando textos, ouvindo (e cantando) músicas, acendendo vela, incensos, regando plantas, jogando coisas fora, separando o necessário, desfazendo o que já foi feito, pensando...
Guardo a ansiedade na mala ou na bolsa? Melhor na mala, despacho e não vejo. E a saudade? Bom, essa, prefiro perto de mim, assim controlo o choro e engulo a dor (se necessário for). O medo? Fica. Deixo ele no primeiro lixo grande de um aeroporto cheio de evidências sentimentais.
Um dia antes e as emoções já começaram. A gente começa a lembrar do que fez, de como falou e de onde está. Pra mim, não tem jeito. Vou e volto para o mesmo lugar – em sentido figurado e literal. Tudo o que faço, preste a viajar, me marca. Simplesmente porque são coisas com as quais irei conviver (além dos sentimentos acima) dentro do avião – quando há avião para entrar.
Levo comigo todas as pessoas que ficam e que amo. Sempre. Mesmo em viagens curtas. Sou sentimental demais, creio. Em todo caso, ficam juntinhas da saudade: bem perto de mim (e do Dramin).
Avião não me atrai. Aliás, pelo contrário. Mas dessa vez não vou solo. Estarei na melhor das companhias. Se precisar tenho em quem me apoiar. Como Fernão, ele sabe o que fazer. Ele sempre sabe (mesmo quando não tem a menor ideia).
Enquanto penso no que não gostaria de esquecer, lembro de tantas coisas que já esqueci, e de outras das quais não faço questão nenhuma de lembrar. Meus sonhos continuam intactos. Eles não percebem altitudes. São alheios as mudanças climáticas ou coquetéis diferenciados. Assim, vão comigo (estão dentro de mim).
Tristezas de outro dia parecem mais novelas mexicanas repetidas. Ignoro todas. Lembro, por hora, que essa viagem faria com outra pessoa, depois penso que as coisas mudam por um sentido único: para serem infinitamente melhores. Agradeço o que não foi e sigo ao encontro do que está sendo. Feliz.
O único grande lamento é não ter mais outras duas pessoas nessa viagem de sentimentos e diversão. O alento é saber que mentalmente elas estarão lá. Um seguindo um mapa e a outra perdendo-se dentro dele. Dois amores (meus amores). O terceiro vai comigo a tira colo e reclamando das mesmas coisas. Adoro. Minhas melhores borboletas.
A partir de amanhã essa borboleta que vos escreve segue para o norte e fala inglês (ou tenta). Até a volta!

Um comentário:

Anônimo disse...

Bello, magnifique, congratulations!

Bon Voyage. Have a nice trip!

Enjoy and kisses.

eupias.