quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Prostitutas do amor

Elas estão por toda parte. Sonham com um amor perfeito, família, filhos, almoços de domingo, cinema aos sábados, babás, cachorros cheirosos, móveis perfeitos (escolhidos por um decorador), sistema de alarme, uma casa no campo e outra na praia... tudo isso regado a champagne, piscinas, absoluts... Está dentro do mesmo pacote pago (e muito bem pago): pelo marido.
São as prostitutas do amor. Sim, um título criado e (creio) adequado. Porque essas mulheres realmente buscam carinho, amor, dedicação e... dinheiro. Mas, elas não estão ali (apenas) para “fornecer” (digamos assim). Estão também dedicadas na procura desse homem perfeito – até porque acreditam que suas almas gêmeas vieram ao mundo com contas bancárias gordas. Se não for assim, sinal que ainda não foram encontradas. Simples.
Ao contrário do que muitos pensam, elas não traem. Elas são dedicadas, têm ciúmes dos maridos e engravidam com bastante facilidade (e rapidez). As mais sagazes (digamos) largam dos maridos poucos anos depois, e engordam com uma poupança (ou pensão alimentícia) grande. Mas a maioria se acostuma na mordomia e fica. Ama, se entrega e sofre quando descobre uma traição (pasmem) dele. Mas, por ser uma boa pessoa, perdoa e segue a vida.
Suas casas parecem ter saído direto de uma revista. Tudo está no seu devido lugar, brilha, reluz. Muito prata, dourado e brilhante. Mantém seus corpos perfeitos e, em geral, admitem ter somente dois filhos para não sofrer na volta à gostosura habitual.
Elas amam seus filhos. Acreditam que são eles tesouros da vida e esperam que eles sigam o sucesso do pai, com quem pretendem ficar o resto da vida. Uma aposentadoria garantida, sem INSS. Verdadeira maravilha.
Essas moças existem e estão por aí. Lindas, gostosas, com cabelo brilhando e a procura do amor (sem nenhuma ironia). A busca delas não atrapalha nenhuma de nós (pobres mortais solteiras), simplesmente porque nos contentamos com muito menos.
Em nossa opinião, para ser um grande homem, o amor de nossas vidas, basta saber o que dizer e como dizer. Basta ter um olhar safado em momento inesperado, algum cavalheirismo besta (como abrir a porta do carro), pagar uma cerveja no bar da esquina ou um jantar qualquer, gostar de literatura e chorar em um filme triste. A conta bancária? Não é importante. Claro que queremos homens independentes, mas somos dependentes de amor e não de dinheiro. Definitivamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uau!
Bom, falando pelos que 'abrem a porta do carro', preferimos as que decoram as próprias casas, se preocupam com a realidade além do próprio corpo, e batalham por uma vida melhor construída pelos dois.
O metal é frio. O olhar não é.

BJ