domingo, 18 de outubro de 2009

Arrependimento sim e daí?

Amanhã começa a minha semana. No sétimo dia ficarei mais velha e completarei 31 anos de auto-análise. Anos e anos discutindo comigo mesma, me ouvindo, me lendo, me vendo chorar, me vendo rir, perguntando ao espelho questões infundadas... E não há nenhum alento nisso, já que a tendência (com o passar dos anos) é mesmo piorar. Paciência. Prometo ser eu mesma até o fim (essa é a minha psicologia).
Serão 31 anos tentando descobrir no que acertei e no que errei feio. Tentando esquecer tudo aquilo que me faz mal e lembrar apenas do que me faz bem. 31 anos buscando... e nem sei o quê.
Honestamente não bato no peito para dizer que não me arrependo de nada. Tenho até uma raiva de quem faz isso, confesso. Porque eu me arrependo de uma porção de coisas e não me arrependo de não ficar mal por causa disso (deu pra entender?). Nunca fui dessas pessoas que parecem querer provar que auto-suficiência significa ter orgulho para dizer: fiz e daí? Errei e daí?
Não consigo. Se isso é um erro, eu lamento, mas não penso assim. Se erro, choro, me acabo. Desço ao fundo do poço e dou um tempo por lá até que as coisas voltem ao normal aqui em cima. Se faço e vejo que não deu certo, peço desculpas a quem de direito e tento não pensar mais nisso. Sigo a vida (sem martírio, claro).
O fato é que nunca quis ser dona da verdade e, talvez por isso, reconheça todos os meus supostos enganos (e lamente cada um profundamente). Quando vejo que poderia ter sido melhor, poderia ter feito dar certo, me arrependo. E me pergunto: e daí que me sinto assim?
Me arrependo, por exemplo, de não ter beijado o primeiro cara por quem me apaixonei. Me arrependo de ter namorado por 8 anos numa época tão importante da vida e, por isso, ter me atrasado em tantas coisas (mesmo tendo amadurecido em outras). Me arrependo também de ter namorado quase 3 anos com um cara que poderia ser (apenas) meu amigo até hoje (e é uma pena, de verdade).
Mas, tudo isso não é ruim. Eu não vejo o arrependimento como algo destruidor que faça você perder o sono. Não é algo que pese nos ombros. É só mais um sentimento que vai amenizando com o tempo, sem aterrorizar ninguém. Você pensa e segue. Sem neura.
Sou uma pessoa que sente tudo. Tenho na pele a tal flor cantada em tantas músicas. Preciso disso pra viver, falar, sorrir, escrever, amar... sentir. Preciso dessa flor para alimentar cada uma das minhas borboletas. As vezes, a sensação é boa... e as vezes não. Mas assim é a vida, não é?

Um comentário:

Renata disse...

ju, vc tá parecendo a sacudirora... escrevendo cada vez mais sobre você mesma, gritando tudo o que quer, dando nome aos bois, vomitando o que não presta. é assim, gata! limpa a alma e segue em frente! sua vida é muito bonita, e ainda terá muitos campos floridos para suas borboletas passearem. bjocas.