quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Alma Lavada

Invadi o espaço alheio e confesso: gostei. Ao contrário do imaginei. Me senti como uma espiã. Ali, eu era alguém infiltrado em ambiente proibido, buscando informações preciosas. E foi delicioso.
Bom, o assunto que me levou lá? Futebol. Ah, o futebol. O esporte que traz tristezas e alegrias para a população nacional (quase 100% dela). E eu estava lá. Vasculhando, olhando, ouvindo... tudo o que vinha deles. Afinal, ali, tudo era deles. Menos eu.
E eu vi. Vi quase tudo e anotei mentalmente o que me interessou de verdade. Fui pensando em ideias que podem fazer com que eles fiquem ainda melhores. Sim, porque (mesmo como espiã) eu estava ali para somar, para ponderar, para criar. Criar o que é melhor para eles.
Irônico. Um teste para qualquer pessoa que sabe o prazer que é fazer um gol neles. Dá aquela vontade louca de gritar palavras obscenas e chulas. Mas, ali, eu estava a favor, não contra. Coisas que apenas o trabalho faz por você. E, surpreendentemente, me deu prazer.
Mas (como ninguém é perfeito), saindo de lá, eu precisava da busca. Precisava de um novo olhar sobre o assunto que não viesse deles. Longe de Santos, escolhemos o lugar certo: Museu do Futebol. O museu que mostra todos 'eles' com uma mesma visão: a nossa.
Somos nós, os torcedores, sua melhor obra. São nossos gritos, berros, abraços, canções, empurrões que fazem parte do melhor momento (na minha opinião) do Museu. Somos nós que estamos ali, logo abaixo da arquibancada (o inverso do nosso lugar de origem). Nossos sons ecoam nos corações de nós mesmos.
Sentindo aquilo, não dá para lembrar que esse amor vem de um esporte suado e mal educado. O que vemos é o amor pelo esporte que valoriza a democracia. Que não vê cor, nem conta bancária. Estamos todos ali pelo mesmo motivo.
O museu nos prova que, dentro de um estádio, pela televisão ou pelo radinho de pilha, somos apenas um. O que muda são as cores e as vozes. O restante (o que sobra) é paixão. Só isso. Essa violenta e exuberante paixão, que todos conhecemos.
E aí (depois disso), não há alma que não seja lavada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não é "Alma Lavada". É alma enlevada, para perceber isto tudo.
Adorei isto de sermos a obra deste
esporte. Gostei muito.
Parabéns.
Te beijo.
eupias.