terça-feira, 7 de julho de 2009

Dedo Podre

(para minha melhor amiga)
Existe uma crença imbecil de que as pessoas podem mesmo ser verdadeiras – “já que sou, logo todos fazem o mesmo”. Bobagem. A história não é bem assim. As pessoas mudam, os amores acabam, as mentiras surgem, a decepção é (de certa forma) certeira. Que pena.
Quando acontece, as mulheres (em geral) correm para o cabeleireiro, emagrecem, engordam. Os homens arrumam outra mulher. Decidem construir outro castelinho de areia e não estão nem aí para a condição da maré. Nós não.
Ah os tijolos... já falei deles. Somos tão sérias nesse ponto que queremos ver os malditos tijolos na parede. Não nos jogamos em qualquer situação, simplesmente porque ponderamos. A gente quer ver o lobo soprar e nossa casa ficar intacta (e a culpa dessa ilusão é mesmo dos contos de fadas).
Dizem que isso é ceticismo. Eu não sei. Acredito que seja realidade. A dura e cruel realidade. Nós queremos coisas bem diferentes deles. Ponto.
Pode ser (veja bem) que existam aqueles que sonham com coisas parecidas. Aqueles que são parecidos. Que fazem com que o positivo somado ao positivo dê mesmo certo (sou cética, mas otimista como vêem). Porém, não sei se todo mundo encontra isso.
Queria ter o poder de tirar a dor daqueles que sofrem por isso – principalmente quando são minhas amigas, claro. Queria poder dizer coisas que mostrassem outra perspectiva. Uma nova visão, como diriam os vídeos institucionais. Mas é complicado. Conheço muitas histórias com o famoso (e tão esperado) “happy end”. Mas são tantas outras que o final se parece com um filme sem nexo de David Lynch.
Eu não sei. Alguns levam a tristeza para os palcos, para a música... fazem dela arte, como fez a artista plástica Sophie Calle expondo seu pé na bunda (dado por email) pelo mundo afora. Respeito. Mas e os seres humanos comuns? Como superam essa história?
Acho mesmo que existem coisas que o tempo cura (sou prova disso). Mas essas coisas também nos deixam eternas marcas. Traumas, cicatrizes, feridas... tudo isso fica para sempre. Não são removidas nem quando a felicidade é plena (coisa utópica, eu diria). Elas se incorporam na nossa história e passamos a viver assim. A gente se habitua. Sempre.
Eu sinto muito que seja dessa forma. Sinto que exista esse sofrimento. Talvez seja mesmo nosso dedo podre. Mas, posso dizer o seguinte: olhe-se no espelho, respire fundo e pense que a gente está no mundo para ter (apenas) o melhor. Se não for assim, melhor que saia das nossas vidas. Só assim é que a felicidade encontrará o caminho da nossa casa...
Quanto ao dedo? Bom, meu novo lema é: não aponte – espere ser apontada e aí... veja se vale a pena!

Um comentário:

Renata disse...

ju, a única coisa que posso dizer é que tudo passa. demora, mas passa. temos o incrível poder da reconstrução. e, mesmo depois de demolir uma bela casa, conseguimos construir outra ainda mais bacana e sólida.