sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fazendo Pose

Freud passou anos tentando entender a cabeça das mulheres. Somos complicadas. Fato. Ok, admitimos. Nem nós mesmas conseguimos atingir tal estado de compreensão. Na verdade, ouso dizer, que nunca pensamos nisso como uma possibilidade lógica ou (até) possível. Afinal, pra quê? Se já é difícil sem entender, imagine entendendo? Melhor não.
Aí, um fato me vem a mente. Por que Freud não pensou na cabeça dos homens? Simplesmente porque ele (o psicanalista) era do sexo masculino? Ou será, que era pelo simples fato de ser (e desculpem a repetição) simples demais?
Não. Calma. Não quero (nem estou) menosprezando a mente masculina. Não faria isso. Até porque homens inteligentes são o melhor atrativo para qualquer mulher (ou as mais sábias delas, digamos). Eles existem, claro. Mas quando se trata de mulher, os homens são... limitados. Devemos admitir. Nada contra. É só um fato.
Fato cantado em música, prosa, poesia e... revistas masculinas! Basta olhar, passar na banca, encarar a moça com o corpo insuportavelmente perfeito estampado na capa. Está ali para qualquer um ver. Para ódio feminino (e por pura inveja, sejamos honestas) e deleite masculino. Como negar? É limitado sim, mas funciona, atrai e resolve.
Homem gosta de um rabo de saia. Quando mais balançar, mais ele vai olhar. Se for loira, ganha mais ponto. Ruiva pode destruir corações. As morenas precisam ser fatais. É um mundo vasto de cores, raças, cortes de “cabelo”, poses, preto e branco, cachoeiras, ruas, camas, gilletes, banheiras, matos, jardins... um mundo de fotógrafos incríveis, lentes poderosas e photoshops certeiros. Pouco importa. A mente masculina não precisa de muito mais do que 15 fotos de uma gostosa casualmente inclinada sobre sua máquina de escrever (??) – vale lembrar que as únicas a perceberem o tal objeto de relíquia somos nós, mulheres. As curiosas de plantão. Faz parte da nossa natureza, creio.
É louvável a capacidade masculina precisar de tão pouco para o “momento” (acompanhado ou a sós). Nós, pobres e pensantes mulheres, precisamos de tão mais que somente a necessidade de olhar para fotos posadas não nos bastaria – por isso revistas femininas do gênero não são vendidas para mulheres. Não faz parte do nosso “negócio”. Precisamos de mais! Muito mais. A gente quer conversa, encantamento, bate papo, inteligência, interesse, bom humor, charme, atenção, ligação telefônica... uma lista infinita!
Talvez por tanta diferença é que criamos essa nossa vontade de ver, crer, analisar cada milímetro da anatomia de loiras siliconadas, morenas vamps e ruivas sardentas. Precisamos olhar a foto pensando no porquê da pose sensual, tentando se enxergar fazendo o mesmo para agradar alguém, treinar aquele olhar meio de esguelha, o sorriso sacana e todo o resto que apenas uma revista sabe mostrar...
A gente não quer criticar nada. Quer ver, elogiar, odiar, aprender... depois olhar para o espelho e encarar a nossa própria realidade! É a vida! A crítica de algumas mulheres é por ciúme, fazendo com que nos vejam como idiotas, já que nada daquilo é mesmo real. A Playboy da coleção do seu homem é um fetiche tão tolerável quanto a sua calcinha mais sexy, ou aquela blusa que destaca os peitos, ou a saia curta para mostrar as pernas, ou o vestido que comprove o seu balanço...
Tudo isso faz parte da coleção de “Playboy” feminina, e é por essa coleção que ele (o seu homem, marido, namorado, amante) vai prezar quando estiver de mãos dadas na rua com você, certo? Afinal, com quem ele vai se deitar depois? Com você ou com a Galisteu? Você ou a Cleo Pires? A Vendramini? A Monique Evans, a Luiza Brunet, a Vera Fisher, a Luma de Oliveira, a Maitê Proença... Não, não. Vai ser só você. Então, melhor preparar a pose, não acha?

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