terça-feira, 12 de abril de 2011

Sem controle

Tentamos controlar tantas coisas sem nenhum sentido, sem nenhuma importância. Nossa cabeça controla nosso corpo, mas nunca consegue controlar os tais homenzinhos soltos lá dentro (como bem descreveu Freud). Eles parecem trabalhar involuntariamente – a favor ou contra você.
Não controlamos sentimentos, sensações, gostos ou jeitos. Usamos a tal máscara diária para exercer aquilo que esperam da gente. Nos acostumamos tanto com isso que dificilmente conseguimos larga-la. Nosso controle mental nos impede de tirá-la até quando estamos sozinhos em casa. Passamos a encenar para nós mesmos.
Então, nos aproximamos de alguns, nos deixamos levar pela incrível sensação de bem estar. Depois, passamos a nos transformar em medrosos em potencial. Seres receosos demais que precisam controlar o sentimento para não sofrer. Culpamos a idade por isso, mas a culpa pertence aos homenzinhos.
Nos acomodamos em empregos que odiamos. Controlamos a raiva diária de trabalhar em alguma coisa que não dá nenhum prazer (e nem mesmo dinheiro o suficiente). Seguimos assim. Nada a mudar, tudo a sofrer. Pagamos as contas mensais e esperamos por um milagre vindo por email. Um convite ou uma oportunidade que (ironicamente) nunca procuramos.
O tal controle (descontrolado) da mente faz com que notícias lindas e felizes, se transformem em julgamento pessoal e mental. Alguém apontando seu atraso, sua falta de sorte, seu dedo podre.
Controle... uma tentativa inútil. Não controlamos os terremotos incansáveis do outro lado do mundo, nem o ditador que se recusa a sair, nem um louco revoltado que decide matar crianças, nem um amigo que te trai, nem uma ligação que não acontece, nem a escolha de uma paixão, nem a decepção de uma ilusão... não controlamos nada.
Mesmo assim, podemos tentar fazer com que os tais homenzinhos trabalhem a nosso favor. Buscando pensamentos positivos, otimismo e disposição. Se der certo, talvez alguma coisa faça mais sentido.

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