sábado, 23 de abril de 2011

Sonhar não custa nada

A gente sonha. Imagina uma porção de coisas que nunca acontecem – mas como um bom sonho: quem sabe um dia se realiza? Aí, a gente cria ilusões cruéis e indecifráveis na nossa cabeça. Criamos encontros, diálogos, telefonemas, frases inteiras. Imaginamos rostos, festas, ideais de vida que nunca aconteceram (e sem nenhum derrotismo). A gente sonha. Simplesmente sonha.
Uma vez ouvi que, enquanto sonhamos, vivemos. Enquanto nossa mente trabalha a favor de algo, na esperança de algo, nossa vida está garantida. Faz sentido. Sonhar faz parte da vida. Se nos tiram essa capacidade, pra que viver?
A Megas Sena, um carro, um emprego, um aumento, um apartamento, um grande amor, um filho, um casamento, uma vida em comum, o pra sempre, um jardim cheio de flores, uma viagem... qualquer coisa vale, desde que se chame... sonho.
Com o tempo (e como ele é cruel) a gente vai ficando mais cético, e os sonhos acompanham o tal ceticismo. Se antes queríamos milhões, hoje um só já resolve muito. O carro não precisa mais ter um super motor. O aumento pode vir como dízimos ridículos. O apartamento em míseras prestações. O grande amor, o filho, o casamento, a vida em comum e o tal pra sempre, nem precisam estar no mesmo pacote. O jardim, basta ser um vaso. A viagem pode ser para o nordeste, ou o litoral mesmo... Tudo bem! O que vale é a sensação.
A gente minimiza. A gente esquece que merece. A gente despreza o que poderia acontecer. A gente erra. E erra muito. Se sonho tem esse nome é para que alcancemos os mais altos graus (e quase impossíveis) de insanidade. É aquilo que a gente deseja no âmago. Sem medo de pedir, sem receio de não ser atendido.
Os sonhos são como os ídolos de outrora. Podemos justifica-los como algo acima do bem e do mal. Podemos apenas ter o livre e maravilhoso desejo de ter, de encontrar, de conquistar. Podemos. Podemos tanto e nos esquecemos disso. Passamos a querer menos do que merecemos. Muito menos do que deveríamos. Esquecemos.
Se sonhar é o que nos mantém vivos, por que diminuir? Por que esquecer de que é possível querer e conseguir? Talvez nunca tenha acontecido, é verdade, mas... quem sabe? Talvez seja agora. Talvez, essa seja sua hora...
Não desperdice. Não deixe de sonhar.

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