quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sensibilidade uma ova!

Toda mulher chora. Fato. A gente chora mesmo. Ok. Tem mulher que até usa disso como arma de barganha (por nunca ter conseguido fazer tal coisa, até as admiro, devo confessar). Enfim... lágrimas ao vento e passos na direção contrária da vida.
Não vou falar do fato de maneira brusca ou ofensiva ao sexo feminino. Assumimos nosso lado chorão e seguimos em frente. Será? Não creio que lágrima seja sinônimo de sensibilidade. Lágrima não engrandece. Não leva ninguém pra frente. Sensibilidade sim, mas essa é outra sensação – que pode vir acompanhada do choro (claro), mas não necessariamente. O choro apenas demonstra uma maneira de expressão (ou talvez a falta dela), uma tristeza, um momento. E só.
Explico: nesse último mês observei e cruzei com três mulheres desconhecidas na rua, no shopping e em um restaurante (especificamente). Elas choravam muito, enquanto um homem as olhava e falava sem parar. Fiquei possessa. Primeiro, com eles. Por não tentarem resolver o problema de suas mulheres ou, ao menos, demonstrarem certo carinho (nem seguravam nas mãos das moças). Depois fiquei brava com elas, por não se conterem e chorarem em público, demonstrando uma fragilidade desnecessária (e não sensibilidade).
Aí, descobri que esse problema (o meu) é típico de mulheres que se resolvem sozinhas e, no fim, acabam chorando no banheiro, no chuveiro, trancada no quarto. Típico de quem sabe que chorar, em geral, não resolve. Sabe que na verdade você tem outras opções: como levantar da mesa, tacar a taça de vinho na cara do cretino (ou a xícara de café), atravessar a rua, sei lá! Mas isso também não é sensibilidade! Isso é uma maneira de enxergar as coisas, mas tampouco resolve (bem).
As mulheres são boas de análise. Em geral, sabemos dar conselhos, falar sobre o relacionamento das amigas e suspirar com uma certa arrogância (até) “ah, os homens...” Mas quando se trata de nós mesmas, somos péssimas. Por isso o choro (talvez).
O que quero dizer é que não sabemos usar da tal sensibilidade que nos é entregue ao nascer. Aquela que nos faz chorar em propaganda, em declarações de amor, em filmes melosos ou observando a vida injusta de muitos.
Pensando nisso, chego a conclusão que em problemas específicos de amor e relacionamento muitas mulheres choram em público numa tentativa de comover o outro, se arrepender ou se desculpar. Choram por não conseguirem utilizar da própria sensibilidade para se colocar e acabam por se tornar vítimas de si mesmas. E, nesse perfil, são sempre as eternas mal compreendidas, mal interpretadas, mal faladas... Por isso, as lágrimas, nesses casos, só mostram o pior de cada uma e dão muita pena –mesmo para quem vê de fora. Acredite.

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