domingo, 28 de novembro de 2010

Sem motivo

Por algum motivo as coisas deixam de ser. Por algum motivo deixam de existir. Por outro, passam a viver. O que deveria, não acontece. O que não deveria, acontece. Esse ir e vir dos fatos torna a vida intrigante.
Quando tudo está correto e o veredicto é certeiro, o juiz decide pelo lado contrário. Faz você pagar pelo o que não fez. Aí, para compensar, a vida te dá mais trabalho, te oferece novas oportunidades.
O lugar era aquele, a sensação era aquela, mas o andar não. Bastou entrar no elevador para tudo se concluir.
O que antes era eterno, se mostra finito. Foi então que os amigos brotaram como frutos de árvores. Mostrando que só existe solidão para quem não saber viver na estação certa.
Por algum motivo um amor acaba. Pelo mesmo motivo ele renova, ou reaparece. Por outro, ainda se vê que não é o mesmo. Mas que será outro, em algum momento.
Tudo tem o outro lado. Tudo tem outro motivo. E, infelizmente (ou felizmente), não fazemos ideia de qual seja. É preciso acreditar na tal janela, mesmo que a claridade não seja tão brilhante. Em algum lugar vai escapar uma pequena luz, uma fresta, um raio. Sempre escapa.
Não é por motivo estranho que as coisas passam. Ficam para trás sensações, sonhos, viagens e pessoas. Elas passam. Mas não sem antes te mostrar alguma coisa. Não sem te fazer aprender como não se deve fazer (ao menos). As vezes lamentamos, noutras sorrimos. Mas passam. Assim como nossos anos, assim como o tempo e nossa própria eternidade.
Nosso motivo pode não ter sentido, mas ele terá razão um dia. O motivo de hoje, pode ser a boa surpresa de amanhã. A porta fechada do agora, é a janela escancarada do futuro. A lágrima de hoje, o sorriso de amanhã. E pra ser amanhã... não precisamos de nenhum motivo.

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