domingo, 11 de abril de 2010

Esperança

Como se aprende a ter esperança? Quem transfere esse sentimento às pessoas? Não existe resposta para isso, claro. Mas eu ouso pensar em algumas ideias.
A esperança acontece quando não se vê mais solução. Quando a luz que há no final ainda não está clara o suficiente e temos de acreditar em algo. Não, não quero falar de morte ou religião. Estou falando de vida.
A esperança de que uma coisa muito boa pode acontecer com você é chamada de sonho. Nós só usamos essa palavra começada por “e” quando não acreditamos mais ser possível que algo aconteça – dando a ela (a palavra) uma conotação péssima e triste (até).
Acho que ela merecia mais do que isso. A gente coloca a esperança no diálogo por ironia ou por dor. De repente, a palavra ficou feia no universo, quando tudo o que queria era mostrar que também representa desejos, pensamentos positivos, anseios, vontades...
A esperança quer estar no nosso dia-a-dia. Mas ainda é complicado lidar com ela. Afinal, esperar não oferece prazo e (o pior) traz insegurança quando mostra que pode ser que não aconteça (o que ninguém quer admitir). Então, as pessoas preferem apenas não pensar nisso. Fica mais simples.
Não dá pra desejar ter esperança. Mas também não se pode fingir que ela não está ali. A gente sabe... dá para encontrá-la escondida embaixo do tapete, do lado de fora da porta - prestes a tocar a campainha, no telefone que não toca, na frase não dita, no abraço não dado, no beijo que não aconteceu, nas desculpas veladas, no encontro no parque, na procura na livraria... Tudo tem esperança.
Dizem que ela é a última a morrer. Creio que é também a última a nascer (o que é uma pena). Não importa, desde que nos acompanhe (em algum momento) e mostre que até o que parece impossível, pode acontecer (e breve) - mesmo que seja a mega sena. Quem sabe?

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