quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Valsa com Martinho

Hoje eu acordei com ele na cabeça. Vai entender! Tem dias que é assim. Abro o olho e a música vem como se eu tivesse dançado (apenas ela) a noite inteira. Acontece muito (ao menos comigo).
Creio que sonhei mesmo. Lembro dele cantando na vitrola (comigo ao lado do disco – sim, estou saudosa: Viva os LPs!). Ele dizia que já esteve com todo tipo de mulher, mas apenas uma o faz feliz (conheço alguém bem parecido).
Um malandro assim como tantos (ou poucos) cariocas por aí... que têm preguiça de trabalhar, mas com malandragem própria. Uma ginga especial.
Sr. Martinho José Ferreira canta samba (quando canta, já que seu show dura 15 minutos com ele e outros 45 com sua banda). Poderia citar as duas músicas que mais gosto: “primeiro para o amor do presente, depois para os amores do passado”. Disritmia e Ex Amor.
Mas, hoje vou colocar uma música do Chico com o Vinícius (sou íntima, por isso dispenso sobrenomes) que Martinho adoraria ter feito, mas apenas canta deliciosamente. E a letra... é linda, claro! Eis, Valsinha.

Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar
E não mal disse a vida tanto
Como era o seu jeito sempre falar
E nem deixou-a só num canto
E pra seu grande espanto
Convidou-a pra rodar
Aí, ela se fez bonita
Como há muito tempo
Não ousava usar
O seu vestido decotado
Cheirando a guardado, de tanto esperar
Então os dois deram-se os braços
Como há muito tempo, não usavam dar
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça, começaram a se abraçar
Aí, dançaram tanta dança
Que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos
Como não se ouviam mais
E o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

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