terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Escola da Vida

Existem pessoas que mudam a nossa vida mesmo que só tenhamos a chance de conversar por algumas horas (ou até minutos). Pessoas que conseguem levantar nosso astral, nosso humor ou mesmo contar sua própria história – fazendo você acreditar que tudo é aprendizado.
Essa foi a minha sensação ao conhecer Edivaldo. Um “cabra macho” que saiu da Paraíba para tentar (e ganhar) a vida na Pipa. Um cara que acredita que São Paulo não é lugar para ele, pois lá (aqui) seria “apenas mais um”. Sábio.
Edivaldo é um homem de fibra que vive no paraíso, mas gosta de afirmar que aquilo é “para turista, a gente fica com o osso”. O genial é que ele não sofre por isso, pelo contrário. Esse é o estímulo de sua batalha.
Um homem de visão: aprendeu a fazer arte com coco, ensinou sua mulher e vende copos, cinzeiros e muito mais para pousadas e hotéis da região, além de turistas; percebeu um novo mercado e passou a alugar bicicletas para os gringos do lugar – que precisavam se locomover com mais facilidade (começou com 2 e hoje tem 20); é segurança de um resort e faz ainda segurança pessoal do dono do lugar.
Ele se considera rico. E é. Não pelo dinheiro que ganha (pois não é nenhuma fortuna), mas pela luta, garra, dedicação e amor com que faz seu trabalho. Consegue ser grato por tudo e todos que o ajudaram. Um bom exemplo disso é que conserva na parede a primeira bicicleta que lhe rendeu dinheiro para comprar outras - graças a um estrangeiro que a alugou por 3 meses.
Edivaldo é rico sim, mas de pura felicidade (o paraíso tem de ser mesmo lotado de pessoas assim, não é?). Acumula momentos felizes a todo instante: quando vende suas peças, quando conta sua história, quando conversa (como amigo, garante) com suas 2 filhas. Leva a vida que quer e, como um bom paraibano, não carrega nenhum desaforo para casa. Cabra macho sim senhor!
Macho e bravo sim. Mas sensível e inteligente como poucos – sem abanar nenhum diploma. E, de verdade, na escola da vida os diplomas são mesmo desnecessários.

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