Por que será que temos tanto problema em aceitar as coisas boas? Sempre encontramos uma forma de pensar em coisas que desfazem (ou desmerecem) aquilo que aconteceu de bom com a gente. Mas... por quê? Não merecemos que a vida nos entregue algo bom vez ou outra?
Claro que merecemos, só não estamos acostumados a “apenas” agradecer. A gente precisa pedir. Está na oração da fé. É quase uma lei. Um dogma.
Para não se sentir mal, a gente emenda com pedidos genéricos e óbvios como saúde, proteção e por aí vai. Precisamos pedir alguma coisa ou Deus estranha. Então, pedimos!
Mas por que mantemos a mania de pensar que se um lado da sua vida está bom o outro está (ou ficará) mal. É a tal lei da compensação. Quem disse isso? Os dois lados (ou três, quatro) não podem caminhar juntos? Não sabem andar de mãos dadas?
Aí, alguém diz que é uma questão de prioridade. Se você dá mais atenção para um lado da vida, logo ele funcionará melhor que o outro. Realmente faz bastante sentido. Porém, como mulher, não concordo. Nós (seres femininos) conseguimos dar atenção a tanta coisa ao mesmo tempo, que não há porque se dedicar a apenas um lado da vida. Temos a total capacidade de concentração em todos os lados (assim como podemos esquecer todos eles ao mesmo tempo, claro).
Mas, em geral, a gente esquece que pode, que deve, que tem direito. Esquecemos que nós (os bonzinhos da nossa própria história) merecemos a vida plena. Queremos todos os sete desejos pulados nas ondas do reveillón. Aquela lista imensa de resoluções (e pedidos) de início de ano. A vela acesa para o santo. E queremos (um dia) não precisar pedir e não se sentir culpado por isso. Afinal, estamos agradecendo. Isso é muito melhor que pedir, certo?
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