segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Simplicidade feminina

O amor pode mesmo bater na porta, mas é você quem decidirá deixá-lo entrar. Mas... e se ele não bater? Pensar no ônus e bônus depois dos 30 é muito mais complicado. Uma matéria de hoje, do New York Times, afirma a dificuldade das mulheres de encontrar um amor verdadeiro e sem receios entre os 30 e 40 anos, principalmente se ela for bem sucedida. Sendo assim, quem é que tocaria a campainha?
É irônico que na mesma página haja uma outra matéria falando de algo cinematográfico: uma poderosa e triste história de amor proibido. Um casal apaixonado fugindo das famílias para poderem se casar e tendo um final triste, como somente Shakespeare soube escrever (é a vida imitando a arte, ou vice e versa).
Depois de desiludida com a matéria sobre mulheres pós-30, me encantei descobrindo que em outros lugares do mundo o amor ainda foge pela porta dos fundos para descobrir (ou viver) outro final feliz, e não o que estamos acostumados.
De repente ser bem sucedida é quase uma sina. Um suposto fim, uma ameaça. O que poderia ser encarado como recomeço, a possibilidade feliz de encarar uma vida mais independente, mais livre de amarras e com experiências quase hediondas (todas vividas após um ex-amor, claro). Ter mais de 30 e se manter sozinha, deveria ser também considerada uma antiga vitória feminista num mundo tão chato e cada vez mais politicamente correto como o nosso.
Histórias de amor fracassadas, arriscadas e com fugas são lindas em contos, romances. Na vida real, assustam. Fazem a gente sentir que bruxas e pessoas malvadas existem por aí e isso atrapalha a visão dos nossos contos de fadas (afinal, eles ainda estão dentro de nós).
Lutamos tanto por um amor verdadeiro e especial (quase perfeito) depois de mais velhas (ou maduras?), que nem um belo conto nos convence mais. Nem uma história realmente triste e feita com muito amor, vivida no Iraque, nos faz abrir a porta com tanta facilidade. Pelo menos não sem antes perguntar os antecedentes, a qualidade intelectual, dentária, financeira, familiar, além de saber das vidas passadas... coisas simples assim!

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