segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Burrice comprovada

Eu leio, eu penso, vejo, releio, toco, existo, reluto, sei. Não. De algumas coisas não sei. Paciência. Tento entender, mas minha ignorância é tamanha que tudo o que ouço são blábláblás absurdos de algo sem nenhum sentido para minha existência – ao menos nessa vida (mas, se houver outra, também não pretendo entender).
A verdade, e devo confessar, é que não me esforço muito. Nem sei se deveria. Algumas coisas talvez sejam melhores se a gente não souber a verdade. Se ninguém nos explicar ou se nos fizermos de surdos. Aquela frase “melhor ouvir tal coisa do que ser surdo”, não se aplica aqui.
Sou ligeiramente inteligente até. Depois de adulta me tornei boa aluna (na escola eu queria conversar mais do que estudar, na faculdade descobri o prazer da sala de aula – apesar de falar bastante também). Leio, sou atualizada, instruída, sei mexer no meu computador (mesmo que eu falhe as vezes), uso bem os maravilhosos poderes da Apple, ganho dinheiro honestamente, pago contas (muitas atrasadas, devo dizer)... Tudo como uma brasileira que não desiste – e como a maioria.
Já pensaram nisso? Nós, os honestos, sinceros e verdadeiros, somos os mais comuns no planeta. Tão comuns que não temos nenhum ibope. Há muito mais gente como a gente por aí. Nos esquecemos disso constantemente. Pense bem, os corruptos, desonestos e ladrões fazem parte da minoria. Essa minoria é que está estampando os jornais, que matam, roubam, que se candidata ou se elege. A gente não. E pagamos o preço alto por ser assim... a maioria. Isso, eu não entendo.
Não entendo como tem gente por aí dormindo tranquilamente, sonhando com os anjos, sorrindo na padaria e não tendo nenhuma dignidade com o próximo. Não entendo. Gente que não paga suas contas, que usa o nome dos outros, que não trabalha, que se sustenta de tramóias mal tramadas, que recebe envelopes escondidos em malas, meias e que ainda canta música de ninar e fala mal dos honestos como se fossem imbecis por tentarem sobreviver com seus aluguéis, condomínios e favores.
Não sei. Sou burra nisso. E não há professor bom o bastante para desenhar como a desonestidade e a falta de caráter funcionam. Não sei. Não quero saber.

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