domingo, 21 de fevereiro de 2010

Você lembra de mim?

Sou musical. A minha vida se relaciona com música. Sempre. Não é a primeira vez que digo isso aqui. Mas fico impressionada como a música pode te transportar para outra idade, outro tempo e outros amores.
Posso voltar aos 13 quando ouço um reggae antigo. Aí, consigo me ver dançando dentro de um elevador com um grande (e velho) amigo. Com Help, vou mais longe e me enxergo menina, desenhando capas de discos numa cozinha alaranjada e comendo macarrão com salsicha. Um axé odioso me leva para um carnaval divertidíssimo em Ilha Bela. Um outro (mais recente), me transporta para outro litoral.
Para mim, toda viagem tem sua trilha, assim como todos os grandes encontros, os grandes filmes, as grandes festas, os grandes acontecimentos e, claro, os grandes amores. E foi esse último que me fez pensar.
Será que os homens lembram das (ex e atuais) mulheres quando escutam uma música? Um devaneio bobo (como tantos), mas pense bem. Todos os amores ganham uma música, uma trilha, não? É uma seleção especial em que sentimos saudades ao ouvir, ou sentimos a dor do momento que passamos. Com pouco esforço conseguimos até sentir o amor novamente. Aquele aperto antigo no peito, aquele cheiro... Enfim, uma melodia pode fazer uma miscelânea de sensações.
Lembro que já tive problemas com o Chico Buarque. Doía demais. Hoje, claro, passou, mas uma música em especial me faz sorrir e lembrar de muita coisa boa (e ruim). Em outra fase uma banda inteira me deixou intrigada. Sem saber o que estava sentindo realmente – uma mistura incerta de amor, ódio e tristeza. Aí, passa e você se lembra que as coisas começam e terminam. Como devem ser.
Mas e eles? Sentem o mesmo? Dizem que quando pensamos muito no que o outro está sentindo ou pensando, quer dizer que ainda gostamos, queremos de volta... Bobagem. A verdade é que mulher é tão imbecil (desculpem a sinceridade) que até quando o amor não existe mais, a gente dá um jeito de lembrar que um dia ele esteve lá. E como masoquistas de plantão, lembramos também do quanto a gente se entregou sem ter a mesma reciprocidade.
Nessa hora, todas nós somos meio iguais, comprovando que, até quando acaba, damos um jeito de cobrar o cara – mesmo que mentalmente. Dá uma vontade de fazê-lo sofrer, nem que seja por um segundo. No timbre da guitarra, na voz, na letra...
Tudo bem, meninos, isso só acontece quando a tal música (ou trilha) toca. Depois a gente esquece e tudo volta ao normal (seja lá o que é ser normal). Não se preocupem.

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