sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Numa sexta qualquer

Existem sextas-feiras e sextas-feiras. Nenhum dia é igual, claro. Mas podem ser bem parecidos quando os listamos. Acordo cedo, vou andar/correr, tomo meu café (em geral, o mesmo), banho, trabalho, ipod (não sei mais viver sem ele).
No almoço, vario o mesmo tipo de comida, em alguns restaurantes da região. Converso sobre diversos tipos de amenidades. Em alguns dias as besteiras me irritam profundamente. Noutros, gargalho.
Meu modo noturno circula entre seriados, leituras, cerveja com jogo de futebol. Em dias de sorte, bons shows, ótimos encontros. Noutros (ainda melhores), Santos com papo furado e (mesmo assim) filosófico.
Amigos se encarregam da companhia. No trabalho, no telefone de casa, nos sites de relacionamento, no bar.
Sempre aguardo a sexta-feira. Gosto da sensação que o final de semana me traz (mesmo quando fico em casa). Mas elas (as sextas) não são iguais. As vezes vêm acompanhadas de certa melancolia. Uma sensação de que alguma coisa está perdida no ar e eu não consigo enxergar o quê, nem onde.
Não tem como evitar. Levanto da cadeira, tomo um café e olho a hora, que vai passando devagar. Troco as músicas do ipod, coloco só as mais animadas. Aquelas em que é impossível não querer cantar ou dançar - nem sempre dá certo.
O dia se arrasta. Mas, entenda, não me incomoda o fato dessa sensação invadir assim. Me incomoda não saber como começou. Em qual momento me perdi na excitação exacerbada de ontem ou anteontem. Cheguei ao topo e me joguei? Duvido. Sou bem mais complexa que isso. Cheguei lá, sentei, contemplei, analisei a paisagem e parei.
Aí, acordei assim: estranha. Nessa sexta-feira branca (na roupa e no céu). Nessa sexta-feira qualquer. Na qual (novamente) não estou na Bahia, não estou (ainda) em Santos, não estou no trabalho (apesar de me ver aqui). Não estou em lugar algum.
Apenas aguardo o dia passar, respirando pouco ar (pra não faltar). Tudo isso na primeira sexta-feira de setembro, em que espero (ansiosa) pelo sábado - com todas as perspectivas de Vinícius de Moraes.

Nenhum comentário: