sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quando o amor acontece

Tem hora que chega a hora. Pode demorar. Ou, pode ser, que venha a jato. Ninguém sabe quando, mas todo mundo quer.
Duas histórias me martelaram a cabeça nos últimos dias. A primeira veio de uma mulher de 40 e poucos anos, bonita e inteligente. Num papo informal ela contou que tem um filho de 15 anos cujo pai (biológico) nunca se vê. Desde a separação (quando o menino tinha 2 anos), o moço (e ex-marido) passou a sumir lentamente. Em doses homeopáticas.
O menino foi crescendo e perguntando onde estava o pai. Ela, com tristeza, passou a explicar que tem gente que (simplesmente) não consegue dar amor a ninguém. Não dá e, por isso, também não recebe.
Quando o filho estava com 7 anos, ela foi buscá-lo na casa de sua mãe e viu seu vizinho de infância acenando da janela ao lado. Sorriu para si mesma e lembrou da época em que eram crianças e brincavam juntos no jardim das duas casas (coladas). Separado, com dois filhos e recém morador da antiga casa dos pais, insistiu para que ela visse o novo assoalho. Ela foi – segundo a própria – já “molinha”.
Hoje, o filho dela tem 15 anos e foi adotado pelo vizinho. Ganhou novo pai. O casal tem também um filho juntos de quase 2 anos. E ela acredita que esse foi um encontro que tinha de acontecer. Eu não duvido (mesmo).
A outra história veio de uma senhora de quase 70 anos. Ela me disse, entre uma taça e outra, que quando se viu solteirona, aos 37, decidiu mal-casar. Dito e feito: dois anos depois a história gerou somente sofrimento e nenhum filho. Aos, 60, aposentada, resolveu curtir a vida. Juntou as economias e foi (com uma amiga) para a Grécia.
Na primeira noite em uma das ilhas resolveram experimentar comida típica. Ela havia treinado a língua antes da viagem e, por isso, já arriscava pedidos e argumentos em grego. Mas, o restaurante escolhido não era especial como gostariam e, mesmo depois de sentadas, saíram.
No final da mesma rua, o alento: uma portinha tinha uma placa dizendo que ali havia comida grega. Entraram. Ela questionou o garçom e pediu. O moço ficou impressionado e contou ao dono do lugar sobre a brasileira que pedia em grego.
O proprietário ficou intrigado. O que fazia a brasileira em seu restaurante? Foi na mesa e lá ficou a noite inteira. Hoje, eles se revezam entre o Mediterrâneo e as areias de Santos.

Qual a conclusão que cheguei? Não importa a idade. Não tem um jeito certo ou planejado. O amor acontece (sempre) quando deve acontecer.

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