segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um mar de solidão

Tem coisas que ficam acima da gente. Situações que não necessariamente devem ter uma resposta. Momentos que nossa maior dificuldade é enxergar a possibilidade. Ver através de uma pequena janela, uma fresta, um buraco, um olho (mágico?).
O problema é reconhecer o que está ali. Você olha, olha e (quase) nada vê. Como é que pode? Depois de um tempo, você percebe uma sensação diferente. Começa a se sentir no meio do mar (de gente, de água, de verde). E no mar, você só tem horizonte. A vista não há terra, nem barco, nem pessoas, nem árvores... Nada. Só você e o vento.
E o vento vem... te sopra. E você vai, acompanhado (apenas) da sua própria solidão – e não há nada de mau nisso. Assim, você percebe o mais impressionante: não tem medo. Você não teme nada. Ninguém.
Nesse mar não existem monstros. Nada de tubarões, leões ou ladrões. Nesse mar há apenas o desconhecido. Quanta vantagem!
Como é boa a sensação do que desconhecemos. Mesmo as decepções são menores – porque nada esperamos daquilo que não conhecemos. Essa é a beleza de idealizar coisas (e pessoas) que não sabemos o que são, até que fiquem muito perto da gente.
Você está no mar das novas emoções. O mar de novos encantamentos. O mar de novos defeitos e das boas qualidades. Onde o horizonte é todo seu (e de mais ninguém). Onde você pode sentar e olhar pela paquera aquilo que só você quer ver (mesmo sem enxergar direito).
Um mar que tem a cor que você preferir, com as pessoas que você mais gostar. Um mar seu... até chegar alguém e tudo mudar.

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