segunda-feira, 22 de junho de 2009

Carta

Queridas amígdalas,

Não começo essa carta perguntando se vocês estão bem, pois sei que a resposta seria negativa (e de nada adiantaria provocá-las dessa forma).
Decidi escrever essa carta a fim de que essa revolta de vocês acabe. Pretendo ser esclarecedora o suficiente para fazer com que vocês entendam o novo formato no qual vivemos agora (nos últimos meses). Tudo isso porque acredito que, dessa forma, vocês poderão ponderar e (quem sabe?) desinchar.
Confesso que fiquei muito assustada quando, nesta manhã, consegui vê-las tão gordas, ocupando um espaço desnecessário. Vocês fecharam um canal importante na minha vida falante, além de terem mudado de cor (ficando bem feias, devo dizer).
Tudo isso me deixou triste também. Não achei justo da parte de vocês fazer tal coisa. Vocês bem sabem que agora vivo uma nova fase. Uma fase em que sair, rir, beber e falar são essenciais.
Mas, analisando (durante as horas de febre e alucinações), passei então a entender tal revolta. A nossa vida mudou. E não tem jeito. Vocês devem se acostumar a isso.
Não dá mais para dizer tudo o que pensamos, na hora em que pensamos, como pensamos e para qualquer pessoa. Agora, temos de viver um jogo (mesmo sendo honestos). Precisamos ponderar antes de falar. No fundo, é muito melhor assim (e vocês vão sentir isso, tenho certeza).
Dessa forma, a torcida será somente nossa, assim como as vitórias ou (mais raro - espero) as derrotas. Nada de platéias. Nada de aplausos ou opiniões duvidosas (deixamos essas apenas para poucos e bons).
Por isso, entendam, temos de encarar a nova realidade e calar. Vai dar tudo certo (aliás, creio que até mais certo), vocês verão.
Então, por favor, melhorem essa revolta. Hoje mesmo aumentarei a dose de antidepressivos (também conhecidos como antibióticos) para que vocês não me dêem mais febre (ainda mais quando não tenho colo de mãe ou pai).
Lembrem-se: preciso ficar bem para encarar essa vida enérgica e brilhante. E conto com vocês! Força meninas!
Com amor,

Ju

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