terça-feira, 9 de junho de 2009

Só casando!

Ela foi modelo (na verdade, manequim – seja lá qual for a diferença). Linda, adolescente, olhos claros, corpo incrível. Década de 60. Época de festivais da Record. Pegava sua irmã mais velha e ia para porta da emissora assistir do lado de fora (raramente entravam).
Toda semana. Elas ficavam ali. Tinha um telão para o pessoal de fora e outro para que o Robertão visse o quanto abafava. Era a Jovem Guarda no palco. Erasmo, Vanderléia e, claro, o rei. Estavam todas ali por ele. Amava tanto... Ah! Se o encontrasse no cadilac (aquele mesmo, o vermelho) nem sabia o que faria tamanha emoção. Agarrava, beijava, casava... Para sempre teria o Roberto.
Na saída do show iam comer um x-salada (adorava x-salada) na lanchonete mais antiga da cidade. Depois seguia para casa. Esses eram momentos de glória. O final de semana perfeito.
Mas, num sábado qualquer, depois que Roberto cruzou (cantando) as curvas da estrada de Santos, um jovem chegou junto delas para puxar assunto. Bem apessoado ofereceu carona até a lanchonete. Como naquela época ninguém sumia, ninguém era sequestrado, ninguém era estuprado, elas aceitaram. Seguiram caminho.
Mas, no meio dele, perceberam algo errado. Estavam em um bairro estranho, cheio de mansões. Até que pararam de frente a uma das casas. Assustadas perguntaram de quem era. O motorista recém conhecido disse com naturalidade: do Roberto Carlos. E em seguida explicou que, mesmo pelo telão, Roberto queria conhecê-la. A adolescente de olhos claros fascinou o rei.
Alvoroçadas, as três meninas do banco traseiro gritaram de euforia, já a moça da frente disse firmemente: “Não. Não vamos entrar em lugar nenhum. Vamos para casa já. Eu não vou conhecer ninguém”.
Mas esse não era um alguém comum, era O CARA (com a permissão de Romário). Era o Roberto! Mas não teve jeito. Ela negou, bateu o pé e até gritou. Nada aconteceria.
Chegando em casa, quando questionada, explicou: “Ele é perfeito na minha imaginação. Está ótimo assim”. Se não era para ter o carrão, nem o casamento, não tinha conversa. Afinal, o mundo ideal estava na sua cabeça e era tão bom... para quê estragar?

Um comentário:

Unknown disse...

Ju! Conheci uma moça assim. Só que esta não aceitou por achar que ele ia ficar louco, assim como todos os doentes (gripe, caxumba ou erisipela)ou que coxeasse (perna quebrada, frieira ou bicho-do-pé). Quantos loucos no bar, que bom!

Beijos e boa viagem.