quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Tico e Teco

Aos quase 30 percebo que minha vida teve fundamentos demais. Sou uma pessoa que pensa demais, fala demais, discute demais, ri demais e teima demais. Características que vieram de uma casa cheia demais.
Cresci dentro de uma casa enorme – ao menos era para mim, quando pequena. Hoje, nem lembro dela tão grande assim, mas havia um quintal para brincadeiras de bicicleta, corrida, bonecas... o que viesse!
Se chovesse tínhamos ainda a parte de dentro. Uma verdadeira delícia. Eu e meu irmão (sempre grudados) descobríamos o que hoje é o melhor dos fundamentos: ter amigos é essencial. E éramos, somos e seremos. Minha primeira grande amizade começou dentro de casa, estimulada pela minha avó (querida), que nos chamava de “Tico e Teco”, por causa das bagunças, quebradeiras e risadinhas.
Dentro de casa descobri que tinha o que precisava: um grande amigo e uma grande família. Foi ali dentro, daquela casa sempre cheia de gente, que descobri o quanto gosto de pessoas. Ou melhor, o quanto gosto de estar rodeada de pessoas que fazem a diferença na minha vida.
A fórmula era: Família grande + vó festeira = festas semanais. Churrascos, almoços para mais de 50, cantorias, desfiles (sim, desfilávamos para a família – modelos dos anos 80), brigas (muitas) e gargalhadas (demais).
Olho, novamente, para trás e vejo que a cidade de onde vim não faz muita diferença (por mais que a ame), mas a família que cresci fez muita. Mesmo quando sofríamos (e sofremos), tirávamos o que vinha de bom e de ruim.
A infância e os desfiles se foram. Mas a boemia, a cantoria, as risadas, danças e a animação das festas ficaram e trazem lembranças e saudades.
Meu melhor amigo se mantém o mesmo. Hoje, o engenheiro meio metódico e até metidinho, ainda é a melhor recompensa do meu passado, presente e futuro.

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