terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quase 30

Quando eu tinha uns 10 anos, eu queria ser ocupada. Sim, isso mesmo. Ocupada. Pra mim, só uma pessoa ocupada escrevia em papéis (até hoje gosto deles) e falava no telefone (confesso que hoje não é mais minha ação predileta). Eu consegui ser ocupada... e estou até um pouco cansada.
Aos 15 anos, me vi tendo certeza de que me casaria aos 22 (vinte e dois!), teria filhos (com “s”, vejam) aos 25 e tudo seria como uma linda fantasia americana (ui). Aos 18 já comecei a desencanar da idéia e percebi que queria mesmo ser jornalista, ouvir pessoas, escrever sobre elas e criar histórias – mesmo que isso adiasse os outros planos.
Deu certo (ou errado?). Não estou fazendo balanço da vida, mas já que Balzac escreveu sobre as mulheres de 30, por que eu não poderia fazer meu próprio purgatório (apesar de estar – e pretender continuar - bem viva).
A verdade é que chego aos 30 em quatro dias, e não tenho certeza de ter conseguido tudo o que almejava, mas tenho certeza que ainda quero bem mais. Aliás, como eu quero.
Uma amiga me disse hoje para eu não me preocupar, porque os 30 passam! E passam mesmo... mas a verdade é que não estou preocupada. Só que nos próximos dias estarei olhando para trás. Olhando para em busca do que foi o meu passado, minha infância, meus desejos, anseios e bobagens (muitas bobagens, aliás). Mas nada de nostalgia, apenas a visão de alguém cada vez mais distante.
Até sábado pretendo começar a traçar (mentalmente, claro) o que foi a minha trajetória até os 30 (ou quase). Uma retrospectiva de quem quer olhar os “inta”, lembrando dos caminhos que escolheu para chegar até aqui - e que, possivelmente, nem percebeu ter passado.

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