quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Help

Visitando minhas lembranças, lembrei de algo que explica um pouco do que sou.
Quando eu era menina de tudo saía com meu pai pelo menos uma vez na semana (as vezes mais – coisas de pais separados). Nesse dia marcado, eu e meu irmão esperávamos ansiosos pela janela da casa da minha avó.
Ficávamos prontos e cheirosos (nem sempre), olhando por entre as plantas do jardim os carros que passavam. Nossa brincadeira era identificar os carros ou apostar (com valor de coisa alguma) quantos carros passariam até que o papai chegasse. E ele chegava. Pontual como sempre – mas confesso ter aprendido muito pouco em como acertar o relógio com compromissos, estou sempre atrasada.
Enfim, quando chegava era aquela felicidade. Saíamos para jantar em lugares bacanas, mas o que gostávamos mesmo era do macarrão com salsicha enlatada feito no seu quarto e sala, enquanto desenhávamos capas de discos.
Isso sim era aula! A gente passava horas desenhando o que nos viesse à cabeça para dar uma nova capa aos Beatles (gritando, literalmente, Help).
Ele nos contava (e ainda conta) verdadeiras histórias musicais, além de histórias literárias... aula de diversão e cultura. Além disso, ainda tinha sessão de karaoquê fajuto para cantar “Dia Branco” no tom, ou frevos rapidíssimos sem enrolar a língua.
Nos meus quase 30 anos, posso dizer que graças ao meu pai faço o que faço, falo (muito) como falo, conto e ouço histórias, ouço boa música desde o momento que levanto da cama e, claro, faço um macarrão com salsicha como ninguém! É bom lembrar que ele me ensinou muitas outras coisas, mas essas merecem destaque.
Olhando para trás (e pendendo apenas para um lado, por enquanto) sei de onde vim e porque sou assim. A parte boa é que nem preciso gritar “Help” (ufa).
Obrigada pai! Te amo! Te beijo!

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