quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Família de amigos

Já falei bastante dela aqui. Mas a minha mãe é o que há! O que há de mais animado que eu conheço (e um pouco - muito - do que sou) vem dela.
Se eu disser: “Acho que vou passar uns dias olhando a poluição de Cubatão, quer ir?” Ela responde: “Vou me arrumar”. Animação total! Minha mãe não envelhece (aliás, continua linda) e está sempre pronta para sair, passear, andar, comprar, falar.
Sempre foi batalhadora. Nunca a vi ficar sem fazer nada. Está sempre em busca do novo, do melhor, do que a deixa mais feliz e do que é certo. Mesmo se não está trabalhando, está sempre ocupada, atrapalhada e brigando por alguma coisa. Seja por um mau atendimento em uma loja qualquer ou no condomínio do prédio. Uma justiceira sem armas (me identifico completamente).
Sua justiça chega ao ponto de nos levar para comprar pão pagando com chiclete - já que o dono da padaria nos dava (diariamente) troco de gomas! Éramos pequenos e, revoltada, nos fez reclamar (e de nada adiantou) e depois juntar por uma semana todos os 'trocados'. Fomos lá, munidos de um saquinho cheio. Os três mosqueteiros (ela, eu e meu irmão) armados de argumentos brigamos pelo abuso. Enfim, o pão era nosso e nunca mais recebemos chiclete (confesso que tenho muito orgulho dessa história).
Lembro dela chegando do trabalho, batendo papo com a gente e sentando para tomar uma cerveja com a minha avó (que também era uma garota animada). As duas eram amigas de verdade. Falavam sobre tudo e todos sem nenhum pudor.
Hoje, quando vou para o bar com a minha mãe, passeio no shopping ou ando na praia, percebo a mesma cumplicidade que ela tinha com a mãe dela. E isso nunca foi imposto. Simplesmente aconteceu.
Meu pai sempre fala que a amizade vale mais que família, porque a gente pode escolher. Ele tem razão. Afinal, amigo é a família que a gente escolhe, certo?
Tenho uma família ‘escolhida’ da qual me orgulho muito e valorizo demais. Mas... tive mais sorte. Meus maiores (e melhores) amigos têm o mesmo sangue que eu: meu pai, minha mãe e meu irmão. São eles que me fizeram ser o que e quem sou. Definitivamente.

Um comentário:

Unknown disse...

Um (3) mea culpa, amoroso-familiar?

Coisas do "inferno-astral" que antecedem, datas-magnas.

Te beijo.