terça-feira, 12 de agosto de 2008

Tortura revelada

Não há nada melhor do que festas, viagens, encontros com amigos, paisagens incríveis e, claro, o registro de nós mesmos em todos esses lugares.
A não ser pelos amantes da fotografia, esse é um caminho sem saída. Como viajar sem esticar o braço para si mesmo, ou ainda pedir a um estranho clicar você na paisagem?
Isso não é nenhum pecado. Desde que você não torture seus futuros espectadores. Claro que, quando espectadores, precisamos pensar na emoção do recém-casado, recém-viajante... Mas tudo tem limite.
Quando você se vê há horas assistindo ao momento do “sim”, ou ainda se prepara para o 4º, dos 10 álbuns de fotos que mostram o mesmo casal no parque, na praia, no hotel, no restaurante... Você repara que dá para agüentar até certo ponto.
É delicada essa relação. Afinal, todo mundo gosta de se ver na foto. Se é um álbum, vídeo de casamento ou de aniversário, os espectadores gostam de procurar a si mesmos no banco da igreja ou na mesa da festa. O que os motiva é a esperança de alimentar o próprio ego e não necessariamente os protagonistas do evento.
Mas em uma viagem de férias existe um agravante: nenhuma pessoa que não esteve nela se interessa - tirando pai e mãe (que são bacanas e querem participar da sua vida – assim espero eu). Ninguém está interessado em você na Torre Eiffel, em você bebendo em Puerto Madero, ou ainda nas imagens do quarto de hotel em que você dormiu...
Por isso, fotos e vídeos são ótimas lembranças, mas apenas para você mesmo. Para o resto das pessoas é pura tortura.

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