segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Olhar infantil

Quando descobrimos que não somos mais crianças? Em que momento da vida o choque acontece? De repente olhamos para trás e conseguimos recordar que já vivemos muita coisa. E sabemos também que, lá na frente, teremos muito mais a recordar.
Quando foi que deixei de brincar, para passar a me preocupar. Quando deixei de andar de bicicleta como diversão e passei a pensar nas gorduras que preciso eliminar. Quando foi que deixei a casinha cheia de bonecas e comprei uma TV, os móveis, a cama?
O fato é que depois que passamos a pensar nessas coisas, o mundo infantil (ou juvenil) se torna distante. As cobranças da vida é que se tornam constantes.
Imagine olhar o futuro com olhos infantis. Sem medo, sem receio e cheio de entrega. Aquele tipo que faz qualquer pessoa ter coragem de enfrentar o novo e – mais do que isso – o inesperado. A coragem infantil é iluminadora, mas, infelizmente, se perde com o tempo.
Adultos, nos tornamos receosos demais porque, afinal, as contas continuam chegando (independente das suas escolhas). A disposição para o trabalho ainda é pré-requisito da maioria. Ganhar dinheiro vira obrigação; Casamento só com sorte (ou azar) e para se ter filhos é preciso marcar hora e que seja antes da data de validade feminina! Tudo isso porque ainda buscamos a eterna felicidade (ui). Nos tornamos filosóficos (e problemáticos) demais, e práticos de menos.
Aí, que saudade do tempo em que uma barra de chocolate me bastaria e faria com que eu encontrasse a felicidade plena.

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