Há anos eu espero pelo beijo deles. Todas as vezes que os
vejo – e vi muitas vezes – torço para que o final seja diferente. Mesmo sabendo
que não vai acontecer, me vejo ansiosa pelo fim. Aguardo o sorriso perto do
rosto, aquele olhar dentro do olho, a certeza de que o amor existe e vale a
pena.
Acho que a minha certeza de um dia ver um final diferente,
mostra como a esperança é mesmo boba. Na verdade, ela é louca de pedra. Vai
contra todos, contra o óbvio, contra todas as possibilidades. Ela é a mais
paciente de todas. A louca.
E, pensando no beijo que nunca havia visto, tudo se comprova
de maneira clara. A esperança pode mesmo mudar tudo. Transformar o mundo e
ganhar o pico das montanhas. Demora, claro, mas ela chega lá.
Tudo isso para dizer que, apaixonada pelo romance de Mark
Darcy e Lizzie Bennet, de Orgulho e Preconceito, esperei (todas as vezes, e por anos) pelo
beijo final. Assistia o meu velho DVD, lutando que o fim fosse diferente e
alguma coisa acontecesse ali. Duas horas de espera e... nada! O final nunca
mudou para mim.
Voltando de um casamento lindo, com o romance à flor da
pele, nos poros, na veia... e a vontade de torcer (mais uma vez) pelo beijo do casal do cinema
– mesmo sabendo que nada aconteceria.
Mas, no carro, com amigos e companheiros de viagem e
bobagens, a descoberta: faixa bônus, com final alternativo! Seria mesmo
possível? O beijo sempre esteve ali e eu nunca vi? Chegando em casa... o beijo!
Meu mundo ficou (quase) completo. O romance existe mesmo! Mas, ouso dizer, só acontece para quem tem
esperança! Sem a louca, nada feito! Pode acreditar!
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