quarta-feira, 2 de maio de 2012

A esperança é louca, mas beija


Há anos eu espero pelo beijo deles. Todas as vezes que os vejo – e vi muitas vezes – torço para que o final seja diferente. Mesmo sabendo que não vai acontecer, me vejo ansiosa pelo fim. Aguardo o sorriso perto do rosto, aquele olhar dentro do olho, a certeza de que o amor existe e vale a pena.
Acho que a minha certeza de um dia ver um final diferente, mostra como a esperança é mesmo boba. Na verdade, ela é louca de pedra. Vai contra todos, contra o óbvio, contra todas as possibilidades. Ela é a mais paciente de todas. A louca.
E, pensando no beijo que nunca havia visto, tudo se comprova de maneira clara. A esperança pode mesmo mudar tudo. Transformar o mundo e ganhar o pico das montanhas. Demora, claro, mas ela chega lá.
Tudo isso para dizer que, apaixonada pelo romance de Mark Darcy e Lizzie Bennet, de Orgulho e Preconceito, esperei (todas as vezes, e por anos) pelo beijo final. Assistia o meu velho DVD, lutando que o fim fosse diferente e alguma coisa acontecesse ali. Duas horas de espera e... nada! O final nunca mudou para mim.
Voltando de um casamento lindo, com o romance à flor da pele, nos poros, na veia... e a vontade de torcer (mais uma vez) pelo beijo do casal do cinema – mesmo sabendo que nada aconteceria.
Mas, no carro, com amigos e companheiros de viagem e bobagens, a descoberta: faixa bônus, com final alternativo! Seria mesmo possível? O beijo sempre esteve ali e eu nunca vi? Chegando em casa... o beijo! Meu mundo ficou (quase) completo. O romance existe mesmo! Mas, ouso dizer, só acontece para quem tem esperança! Sem a louca, nada feito! Pode acreditar!

Nenhum comentário: