sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Só hoje (ou não)

Noites. Existem noites que fazem tanto sentido. Noites em que tudo faz sentido. Noites em que você pode olhar para dentro. Noites em que a lua está cheia. Noites em que o copo não fica vazio. Noites em que o vazio faz companhia e preenche a escuridão.
Noites... noites em que as plantas pedem água e companhia. Mas... só elas. Noites em que a música toca alto e comprova que pode dominar seus ouvidos, sua alma, seu lar. Noites em que nada faz sentido, e (de novo) faz tanto sentido.
Noites em que o escuro não dá medo e a única luz da sala excita. Noites em que a mente perdoa, cala e grita. Sem angústia, sem discórdia, nem ausência. Que os amigos não se fazem presentes, mas são lembrados. Que a família não está, mas está (sempre). Que o grande amor ainda pede para ser encontrado, mas pode esperar. Noites assim... apenas noites.
Noites em que o brilho reluz na taça, no copo, no vaso, na estante, nos livros, nas cadeiras, no computador, na mesa, nos presentes novos, nos velhos, nos quadros, na vida que está por vir, nos trabalhos que ainda pretendem surgir.
Noites sem estrelas. Noites de luar. Noites de trilha sonora, burburinho, pijama, Rubem Fonseca, cola, papéis, presentes duvidosos, dicionários, cadernos (muitos), contas pagas, contas por pagar, violetas, rede, cama, sofá, cerveja, celular, fones de ouvido, fotos, cartas, cartões, textos. Noites.
Noites de permissão. Noites de pensamentos. Noites de divertimento. Noites em que um só basta (e já é muito). Noites em que se comprova, se sonha, se pede, se espera.
Noites em que se sabe. Noites em que nunca se sabe. Noites em que se entende. Noites que nunca ninguém entenderá. Noites em que só quem já viveu consegue perceber a beleza de se bastar...
Mesmo que seja por uma noite apenas (ou muito mais).

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