sexta-feira, 26 de março de 2010

Liberte-se

O trabalho completa. Mesmo quando ele não é tão bacana, nem tão brilhante quanto deveria (e você gostaria), ele completa. Preenche um espaço vazio criado, muitas vezes, por você mesmo.
Se por um lado isso pode fazer bem, por outro não é a melhor opção. Quando a gente se entrega às teclas, ao cliente, aos cálculos financeiros ou qualquer outra atividade, está deixando de lado outro espaço importante da vida chamado de... vida!
Deixamos o que é delicioso entrar pela porta do vizinho. Achamos que é melhor deixar pra lá. No início pode ser uma boa fuga, depois vira vício. Você chega em casa, come qualquer coisa da geladeira, assiste qualquer coisa na TV e capota em qualquer lugar.
Mas, uma vez dormindo, os sonhos vêm. E esses a gente não controla. Neles, a nossa cabeça consegue trabalhar livre de prazos ou entregas (mesmo que volta e meia eles também apareçam nos sonhos). Na cama, o cérebro está livre para voar. Viaja para o passado e o abraça com saudade – por uma noite inteira. Depois, te projeta para festas, encontros surreais, risadas estimulantes.
A verdade (ao menos a minha) é que sonhar é delicioso quando estamos fazendo planos. Quando é nosso desejo. Assim como trabalhar demais é incrível, desde que a vida pessoal não fique dentro da gaveta.
A gente se esconde (e como!). Precisamos disso (creio), mas devemos saber o momento de parar. Afinal, olhar para frente pode não ser tão assustador assim. E, se a gente tentar, corre o sério risco do sonho ser ainda mais gostoso, pois dessa vez estaremos de olhos bem abertos. Basta se libertar.

Nenhum comentário: