Como definir um momento sem definição? Um balaio de ideias ouvidas, queixas batidas, pessoas sofridas, tempos complicados.
Nada no dicionário, nada no diário, nada no travesseiro ou no chuveiro. O rumo é outro, mas nada é muito novo. Os planos são muitos, os sonhos nunca escaparam, mas falta a crença de um bom argumento.
Momento de decisão e nenhum telefonema previsto. Momento que revela a hipocrisia de muitos e a falsidade de outros. Decepções declaradas em carros trancados e portas fechadas. Pessoas que traem e, como abutres famintos por um olhar de suplício, um movimento condenado, ficam ao seu lado. Outras menos presentes abrem seu coração com a palavra em espera.
Um engano te faz amante em uma vida lado B e vê que você quase foi aquilo que nunca quis. A vida as vezes cansa. O trabalho faz os dedos seguirem com rapidez para lugar nenhum. O cérebro se espanta com assuntos que nunca ousou. Conclui que tudo pode (mesmo que ao mesmo tempo).
Momento sem sentimento. Peito vazio e sem saudade, mesmo em noite de lua, com música e vinho. Mesmo sabendo que a saudade não te deixa caminhar sozinho... e talvez seja melhor assim.
A solidão acena do meio da multidão. Olha o filho que não tem e tenta rever a sabedoria de Gibran. Avista sua flecha pousada ao seu lado. Percebe que ela ainda está para ser lançada, que nunca saiu do lugar. Declara (embriagada) que ele (O Profeta) errou.
A vida segue e ninguém sabe exatamente como e quando o tempo passa. O que resta está ao alcance dos olhos, dos braços e do coração. É isso que importa. Mas... e o vazio, de onde vem?
Um comentário:
tá a fins de pegar um cineminha comigo?
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