quinta-feira, 17 de julho de 2008

Se minhas plantas falassem

Converso com as plantas como se fossem gente. Aviso que não podem ficar doentes, que precisam resistir as pragas, que estão demorando para florir. Mas também elogio quando estão cheirosas, coloridas e com aparência saudável.
Em casa, alguns têm cachorros, gatos, amigos, maridos, mulheres... Eu tenho plantas e flores. Elas me acompanham. Observam minha vida, minha casa. Cuidam daquilo que é meu (de certo modo e de forma bem remota, claro).
Me preocupo em cuidar, regar, falar, viajar e saber se ficarão bem. Também me empenho para não falar nada de ruim – afinal, não posso ofender... senão, terei retaliação: nada de flor (imagino que diriam)!
Mas, e se falassem? Será que me dariam bronca quando não arrumo a casa ou quando não as visito (em noites frias)? Gritariam meu nome quando saísse, namorasse ou recebesse amigos? Reclamariam quando não fossem regadas no horário? Fofocariam (entre elas) sobre minhas manias a ponto de criticá-las? Falariam sem parar sobre a poluição, a camada de ozônio e a falta de consciência ambiental (minha, no caso)?
Plantas. Melhor que sejam mudas. Se alguém nessa relação deve falar, que seja somente eu! Afinal, sou eu que as mantenho verdes e saudáveis! O que espero delas é o comprometimento de não dizer uma palavra sequer! Senão, não rego mais e pronto!

Entre nós: espero que nenhuma delas saiba ler!

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