Quem sabe dizer
não? Difícil. Chego a comparar com um parto (mesmo nunca tendo passado por um).
Depois do “não” nascido, dá muito orgulho de si mesmo. Você, de repente, se
torna grande. Alguém que sabe fazer escolhas – mesmo que sejam erradas, naquele
momento pareciam certas (já vale).
O aprendizado dessa
palavrinha milagrosa é mesmo dolorido (para a maioria, ao menos). Seja no amor,
no trabalho, em casa ou na rua dizer “não” não é tão simples como deveria.
Protelamos o “não”
para evitar a mágoa, a pena, a falta de cuidado, a espera pela hora certa (que
nunca chega), a chateação, a agressão, o grito, a lágrima...
Em um
relacionamento decidimos aceitar muitas coisas por pura covardia, achando que –
na verdade – isso é altruísmo. Bobagem. Pensar no outro é ser egoísta em
primeiro lugar. Acontece quando conseguimos nos libertar e fazemos com que o
outro se liberte também. Ao dizer “não”, estamos na verdade encorajando a outra
pessoa a se valorizar, a buscar alguém melhor – por mais que no primeiro
momento doa (para ambos).
No trabalho, dizer
não é lutar pela a sua verdade, pelo o que é melhor para você, por um salário
melhor. É ser... egoísta! Sim, e por que não?
Em casa ou na rua
dizer "não" é aceitar a sua verdade. É reconhecer quem você é.
Sem culpa, sem remorso, sem silêncio. Declarar sua personalidade, suas teorias,
seu jeito. Sem medo.
Mas... dizer “não”
não é fácil, tampouco alivia. No primeiro momento, o “não” é terrível e
sofredor também para quem o diz. Aprender a dizê-lo é quase uma lição de vida.
Porém, depois de feito - no momento certo, com a pessoa e a situação certa -,
a sensação (depois do primeiro choque) é de satisfação total consigo mesmo. É o
orgulho de ter finalmente entendido que a felicidade também está em negar o que
não se quer.
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