quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Olhar pra dentro

Mais um ano. Mais 365 dias se passaram (e estão passando, já que ainda temos poucos dias). Passaram arrependimentos, erros e bobagens. Passaram também muitos acertos, risadas e momentos inesquecíveis. Tenho certeza.
Todo ano é a mesma coisa: decidimos novas (ou antigas) resoluções; queremos que o impossível aconteça, que o extraordinário prevaleça, que o carinho permaneça.
Pedimos saúde, mas não nos preocupamos como deveríamos. Pedimos dinheiro, e queremos que a Mega Sena nos ampare. Pedimos amor e queremos que ele bata na nossa porta. Sucesso sem esforço. Reconhecimento sem trabalho. Paz sem perdão. Felicidade com hora marcada.
As sete ondas têm diferentes formatos (uvas, romãs, pulos, sei lá!) mas, de qualquer maneira, elas deveriam representar o que está dentro de cada um de nós. Se é pra pedir, deveríamos pensar em uma proposta concreta de mudança. Queremos trabalho – mas o que faremos para isso? Queremos um amor de verdade – como o encontraremos? Queremos sucesso, mas que venha como reconhecimento do trabalho. Se queremos a paz, é melhor começar a perdoar. Só assim poderemos reconhecer a felicidade verdadeira em cada risada, em cada encontro...
Devo dizer que saúde e dinheiro estão mais para necessidade do que para pedido. Pense bem. Sem essas duas coisas dificilmente conquistamos qualquer outra. Ou seja, elas estão implícitas em qualquer desejo. Precisamos delas. Deus sabe, Iemanjá sabe, os Santos sabem, os magos também, todas as simpatias sabem... 
Aliás, isso é uma outra coisa: o pedido (ou sua lista de propostas) pode ser dedicado a qualquer “ser maior”, mas ele deve vir de dentro. Sair do seu “eu” mais profundo. Pois é você o único capaz de fazer com que as resoluções sejam positivas. As ondas, as sementes de frutas e a lentilha são, na verdade, representações. Elas só servem como ritual.
Assim, olhar pra dentro é o melhor que devemos fazer nesse fim de 2011. Para que comecemos 2012 sem peso.
Mais do que listas e pedidos, façamos uma análise do que se quer, do que é mais válido na vida, do que realmente vale a pena cultivar e do que é melhor jogar fora. Só assim abriremos espaço em nosso armário para um ano infinitamente melhor.

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